Mali e Níger evacuam cidadãos da República Centro-Africana
Países africanos começaram a evacuar seus cidadãos da República Centro-Africana nos últimos dias, em meio à degradação de condições humanitárias e violência entre religiões. Um grupo muçulmano, o Seleka, começou uma onda de assassinatos contra a maioria cristã após assumir o poder, em março, causando represálias de milícias.
Os confrontos causaram mais de mil mortes desde dezembro e a ONU disse que 935 mil pessoas estão desalojadas. Equipes de ajuda estão com dificuldades para fornecer cuidado médico, comida e água para mais de 100 mil pessoas que estão no principal campo para os que foram obrigados a deixar suas casas, situado no aeroporto próximo à capital Bangui.
O governo de Mali fretou dois aviões para evacuar cerca de 500 de seus cidadãos no próximo domingo, enquanto 150 pessoas nascidas em Níger voltaram à capital Niamey na noite de sexta-feira.
"Não posso dizer se houve violência contra malianos, mas a maioria dos países decidiu, por precaução, trazer seus cidadãos para casa", disse um porta-voz do governo de Mali Mahamane Baby.
O governo do Chade já repatriou aproximadamente 12 mil de seus cidadãos nos últimos dias em voos de emergência e comboios terrestres, muito mais que outros países porque os cidadãos do Chade são acusados pelos cristãos de ajudar os rebeldes de Seleka. O Chade nega a informação.
Senegal levou mais de 200 cidadãos de volta esta semana. A mobilização de 1,6 mil soldados franceses e quase 4 mil africanos não tem conseguido interromper o massacre na República Centro-Africana.