Mandela posa para foto com sua segunda mulher, Winnie Madikizela-Mandela, durante o seu casamento, em 1957, em Johanesburgo
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Mandela faz seu primeiro pronunciamento público após deixar a prisão, na Cidade do Cabo, em 11 de fevereiro de 1990
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Acompanhado de sua mulher, de familiares e do arcebispo Desmond Tutu, Mandela posa para foto um dia após ser libertado da prisão, em 12 de fevereiro de 1990, na Cidade do Cabo
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Mandela discursa durante comício presenciado por mais de 100 mil pessoas em estádio de futebol em Soweto, em 13 de fevereiro de 1990, dois dias após deixar a prisão
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Mandela abraça o líder líbio Muammar Kadafi (dir.) após chegar em Trípoli, na Líbia, em 18 de maio de 1990
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Mandela conversa com o presidente egípcio Hosni Mubarak (dir.), em 19 de maio de 1990, durante visita ao Cairo, parte de sua turnê pelo norte da África
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Mandela fala com jornalistas e fãs após encontro com o presidente americano George W. Bush na Casa Branca, em Washington, em 25 de junho de 1990
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Já como presidente do partido Congresso Nacional Africano, Mandela se encontra com Fidel Castro, em Matanzas, Cuba, em 26 de julho de 1991
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Mandela acompanha sua filha Zinzi (esq.) no dia do casamento dele em 26 de outubro de 1992, em Soweto
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Mandela e o presidente sul-africano Frederik de Klerk (dir.) recebem em Oslo, na Noruega, o prêmio Nobel da Paz pelos seus esforços pela reconciliação entre brancos e negros em seu país, no dia 9 de dezembro de 1992
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Mandela acena para simpatizantes durante comício no dia 30 de janeiro de 1994, em Rustenburg, às vésperas da eleição presidencial
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Mandela dança durante comemoração da vitória de seu partido na primeira eleição presidencial multirracial da história da África do Sul, em Johanesburgo, no dia 2 de maio de 1994, cinco dias após ser eleito presidente
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Mandela conversa com a rainha britânica Elizabeth II durante cerimônia de inauguração, em Soweto, de memorial em homenagem a 600 soldados negros mortos no Canal da Mancha durante a Primeira Guerra Mundial, no dia 23 de março de 1995
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O capitão da seleção sul-africana de rúgbi, François Pienaar (dir.), é cumprimentado por Mandela após a África do Sul se sagrar campeã mundial do esporte em Johanesburgo, no dia 24 de junho de 1995
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Mandela recebe o papa João Paulo II no aeroporto de Johanesburgo no dia 16 de setembro de 1995, quando da primeira visita oficial do Papa ao país
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Mandela conversa com o príncipe britânico Charles (esq.) em Brixton, em 12 de julho de 1996, durante visita de estado ao Reino Unido
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Mandela posa para foto com a estrela da música pop Michael Jackson, antes da cerimônia de seu aniversário de 78 anos em Kwazulu-Natal, em 19 de julho de 1996
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Mandela agradece o cantor americano Stevie Wonder, após o astro cantar na cerimônia de aniversário de 80 anos do presidente sul-africano, em Johanesburgo, no dia 25 de julho de 1998. No mesmo dia, ele se casou com Graça Machel, viúva do ex-presidente moçambicano Samora Machel
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Mandela escuta o líder palestino Yasser Arafat em Johanesburgo, no dia 3 de maio de 2001, durante encontro motivado pela visita de Arafat ao país para participar de conferência do Movimento dos Países Não-Alinhados
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Mandela é ajudado durante o velório de seu amigo de longa data Walter Sisulo - também um líder histórico na luta contra o Apartheid - em estádio de Soweto, no dia 17 de maio de 2003
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O ex-presidente americano Bill Clinton (dir.) conversa com Mandela durante evento de gala em Londres, no Reino Unido, em 2 de julho de 2003
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Mandela e sua mulher Graça Machel durante sua festa de aniversário de 85 anos em Johanesburgo, em 19 de julho de 2003
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O bilionário americano Bill Gates (centro) fala durante fórum sobre a aids/HIV em Johanesburgo na Universidade Witwatersrand, em Johanesburgo, no dia 22 de setembro de 2003
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Mandela abraça a atriz sul-africana Charlize Theron após ela se tornar a primeira mulher africana a ganhar o Oscar, em Johanesburgo, no dia 11 de março de 2004
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Mandela exibe o troféu da Copa do Mundo ao lado do arcebispo sul-africano Desmond Tutu após a Fifa anunciar a África do Sul como sede do campeonato mundial de futebol de 2010, em Zurique, na Suíça, no dia 15 de maio de 2004
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Mandela conversa com o ex-secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan (dir.), após lançar o grupo de notáveis mundiais The Elders em Johanesburgo, no dia 22 de julho de 2007
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O presidente francês Nicolas Sarkozy (dir.) oferece álbum de fotografias a Mandela no dia 4 de setembro de 2007, em Paris, quando o ex-presidente sul-africano visitou a França com sua mulher, Graça Machel (segunda a esquerda)
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Mandela participa de almoço de lançamento de selos comemorativos em homenagem ao seu aniversário de 90 anos, em 15 de julho de 2008, em Johanesburgo
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Mandela assopra velas do bolo comemorativo ao seu aniversário de 90 anos durante cerimônia em sua casa, em Qunu, no dia 19 de julho de 2008
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Mandela e a sua mulher, Graça Machel, acenam ao chegarem para cerimônia de encerramento da Copa do Mundo de 2010 no estádio Soccer City, em Soweto, em 11 de julho
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Mandela posa para fotos com a primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, e suas filhas no dia 21 de junho de 2011, em Qunu
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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se encontra com Mandela na casa do ex-presidente sul-africano, em Qunu, em 6 de agosto de 2012, uma das últimas imagens dele divulgadas internacionalmente
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Rolihlahla Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 no vilarejo de Mvezo, no distrito de Umtata, região sul-africana de Transkei. Filho do chefe tribal local e descendente de sangue da realeza Thembu. De seu clã, Madiba, herdou o carinhoso apelido pelo qual é conhecido entre os negros de seu país. Seu nome "branco", Nelson, ganhou aos 7 anos, em seu primeiro dia na escola.
"Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."
Mandela foi o grande nome da luta contra o fim da divisão entre brancos e negros na África do Sul. Ainda universitário, ele se engajou no Congresso Nacional Africano (CNA), principal partido negro do país. Apesar do engajamento ao combate ao segregacionismo entre brancos e negros em seu país, também lutou contra costumes tribais. Por recusar um casamento arranjado, fugiu para Johanesburgo em 1940. Seu primeiro emprego foi como vigia noturno em uma mina de ouro. Depois, estudaria advocacia e montaria o primeiro escritório liderado por negros do país.
Apartheid
Em 1948, o Partido Nacional, dominado pelos Africâneres (brancos de ascendência germânica), venceu as eleições e impôs o regime segregacionista do Apartheid. Inicialmente, Mandela se inspirava no indiano Mahatma Gandhi e defendia o ideal de resistência pacífica. Apesar disso, foi preso em 1956 e acusado de traição. Absolvido em 1961, engajou-se na luta armada após o massacre de Sharpeville - em que 69 manifestantes negros foram mortos pela polícia - e o banimento do CNA pelo governo. Fundou o movimento Umkhonto we Sizwe, que promoveu ataques com bomba a prédios do governo.
Em 1962, Mandela foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e por viajar ao exterior sem autorização. Em 1964, foi novamente julgado e condenado à prisão perpétua por sabotagem e por conspirar para outros países invadir a África do Sul. No julgamento, ele se declarou culpado da primeira, mas jamais assumiu a segunda acusação.
Ele encerrou a sua fala ao tribunal que o condenou a passar vida atrás das grades com os dizeres: "Durante a minha vida eu me dediquei ao sofrimento do povo africano. Eu lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra. Eu apreciei o ideal de uma sociedade democrática e livre em que todas as pessoas vivem em harmonia com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual eu espero viver e atingir. Mas se necessário, é um ideal pelo qual eu estou preparado para morrer".
Mandela passou 27 anos preso. Os primeiros dezoito, na ilha de Robben. Em 1976, recusou uma revisão da pena em troca de retornar para sua região de origem. Em 1985, também rejeitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Ele finalmente foi libertado em 11 de fevereiro de 1990, quando sufocado pelas sanções internacionais, o regime do Apartheid iniciou um processo de abertura e soltou o principal rosto de sua oposição.
Em 1991, Mandela foi eleito o presidente do Congresso Nacional Africano, principal partido negro do país que fora banido nos anos 60 e recém retomava as atividades. Engajou-se de corpo e alma ao fim do regime segregacionista e, em 1993, conquistou o prêmio Nobel da Paz ao lado do presidente Frederik Willem de Klerk por seus esforços conjuntos pela reconciliação do povo sul-africano.
Em 27 de abril de 1994, foi eleito presidente nas primeiras eleições multirraciais do país, colocando um ponto final no regime segregacionista que governara a África do Sul por 46 anos. "Nós enfim atingimos nossa emancipação política. Nunca, nunca e nunca de novo deixemos que essa linda terra experimente a opressão de um pelo outro", disse em seu discurso de posse, em 10 de maio de 1994.
Durante o seu mandato, promoveu uma série de ações destinadas a promover a diminuição da desigualdade social e garantir direitos básicos à população pobre. Foi saudado internacionalmente pelos seus esforços para promover a reconciliação entre negros e a minoria branca. Em 1995, quando o país sediou o campeonato mundial de rúgbi, ele incentivou os negros a se interessarem pelo esporte, notadamente ligado e praticado majoritariamente aos brancos, o que foi considerado um marco para a união do país. As principais críticas que recebeu foram em relação à falta de políticas públicas implementadas para combater o galopante avanço da aids, uma causa que abraçaria após deixar a presidência.
Mandela se casou três vezes e teve seis filhos. Ele morre aos 95 anos, deixando o mundo órfão de um dos principais símbolos da luta pela igualdade entre as raças.
Vídeo reúne discursos históricos de Mandela na ONU: