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África

Nigéria: presidente cancela visita à cidade de sequestradas

Sequestro de mais de 276 estudantes ocorreu há mais de um mês; mais de 200 seguem em poder do grupo islamita Boko Haram

16 mai 2014 - 08h52
(atualizado às 11h18)
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<p>Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, durante o Fórum Econômico Mundial, em Abuja, capital da Nigéria, em 9 de maio</p>
Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, durante o Fórum Econômico Mundial, em Abuja, capital da Nigéria, em 9 de maio
Foto: Reuters

O presidente nigeriano Goodluck Jonathan cancelou a visita prevista a Chibok, a cidade na qual o grupo islamita Boko Haram sequestrou mais de 200 estudantes.

"O presidente cancelou a visita a Chibok. Estava em sua agenda até esta manhã", afirmou um porta-voz da presidência, sem revelar os motivos.

"Partirá de Abuja à tarde para a França", onde participará no sábado em Paris em uma reunião para debater a ameaça que o Boko Haram representa para a segurança regional, disse a fonte.

A visita à pequena cidade do estado de Borno, nordeste do país, onde 276 adolescentes foram sequestradas do dormitório de sua escola em 14 de abril, havia sido anunciada na quinta-feira à noite.

Este seria o primeiro gesto político mais veemente do presidente nigeriano, muito criticado pela inércia.

No total, 223 adolescentes continuam desaparecidas. Em um vídeo divulgado durante a semana, o grupo afirma ter convertido 130 delas ao islã.

Debo Adeniran, da Coalizão contra os Dirigentes Corruptos, uma ONG com sede em Lagos, disse ter ficado "decepcionado" com o cancelamento da visita do presidente a Chibok e afirmou que a decisão envia uma mensagem negativa à população nigeriana.

"Se como comandante em chefe das Forças Armadas tem medo de visitar Chibok, por motivos de segurança, está dizendo à população do nordeste que não pode protegê-los", afirmou à AFP.

Para Adeniran, o cancelamento da visita terá um efeito desastroso sobre a moral das tropas mobilizadas no nordeste do país.

"Diz aos soldados que lutam contra o Boko Haram na região que eles estão sozinhos".

"E para as garotas sequestradas, podem considerar que aquele que chamam de presidente é um covarde sem a moral de um líder. Todo mundo está decepcionado", completou Adeniran, que pediu a renúncia do presidente.

Foto: Arte Terra

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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