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África

ONU diz que República Centro-Africana tem "todos os elementos" para genocídio

16 jan 2014 - 13h54
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Foto de 31 de dezembro mostra membro de legião de um bairro de Bangui agredir corpo de homem muçulmano
Foto de 31 de dezembro mostra membro de legião de um bairro de Bangui agredir corpo de homem muçulmano
Foto: AP

A ONU pediu nesta quinta-feira uma mobilização internacional, de caráter humanitário e militar, para estabilizar a República Centro-Africana, onde alertou que existem todos os elementos para que ocorra um genocídio. "Existem todos os elementos que vimos em lugares como Ruanda, Bósnia, os elementos estão ali para que haja um genocídio", disse em entrevista coletiva o chefe de operações do Escritório de Ajuda Humanitária da ONU, John Ging.

Ging sustentou que "as atrocidades são cometidas em todas as partes", o que provocou o deslocamento forçado de 800 mil pessoas, das quais meio milhão está na capital do país, Bangui. Ging expôs que a República Centro-Africana alcançou o maior nível de gravidade de uma crise humanitária e que só são aplicados a outros dois países no mundo: Síria e Filipinas.

A Síria está há três anos imersa em uma guerra civil que deixou metade de sua população dependente da assistência humanitária externa, enquanto a passagem de um tufão em novembro pelas Filipinas danificou infraestruturas em zonas importantes do país e deixou milhões de pessoas afetadas.

Ging advertiu que a necessidade de fornecer gente para atender a crise na República Centro-Africana é urgente, pois dos US$ 247 milhões precisos para financiar a operação de ajuda no país, só se recebeu um 6%.

"É necessário com urgência água potável, alimentos e saneamento, que é um grande problema, além disso, atendimento médico básico", disse Ging. "Não há outra crise em nível mundial que tenha sido ignorada da maneira em como ignoramos a da República Centro-Africana. Se não regularmos o problema hoje, será mais caro fazê-lo amanhã", comentou.

Tropas francesas e africanas tentam estabilizar há algumas semanas a situação nesse país, onde a crise política provocada por uma rebelião do grupo Séléka em março acabou, meses depois, em enfrentamentos de caráter religiosos entre muçulmanos e cristãos.

EFE   
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