O Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta terça-feira em Genebra quase um bilhão de dólares para lutar contra o Ebola na África Ocidental, quase o dobro dos recursos solicitados até o momento.
"É um desafio financeiro enorme", afirmou a diretora de operações humanitárias da ONU, Valérie Amos, em uma entrevista coletiva. A organização calcula que 22,3 milhões de pessoas vivem nas regiões afetadas e precisam de ajuda.
O surto de Ebola na África Ocidental matou 2.461 pessoas, metade dos 4.985 infectados pelo vírus, disse o diretor-geral-assistente da Organização Mundial da Saúde (OM), Bruce Aylward, na terça-feira.
"Bem francamente, senhoras e senhores, essa crise que estamos enfrentando não tem paralelo nos tempos modernos", disse Aylward em entrevista coletiva em Genebra. "Não sabemos para onde os números estão indo."
Segundo ele, a previsão anterior de que o número de casos pode chegar a 20.000 não parece mais ser grande, mas o número pode ser mantido dentro das dezenas de milhares se houver uma "resposta muita mais rápida".
China envia mais especialistas para combater vírus
A China anunciou nesta terça-feira o envio de outros 59 especialistas para lutar contra o ebola em Serra Leoa, aumentando a 174 os membros da área médica chineses presente neste país.
"A nova equipe se unirá aos outros 115 já presentes em terra", declarou a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.
Entre estes especialistas do Centro de Controle de Doenças chinês figuram epidemiologistas, especialistas em laboratórios, médicos e enfermeiros, segundo a OMS.
A equipe mobilizará um laboratório móvel em Serra Leoa para reforçar a detecção do vírus do ebola.
Por sua vez, a Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho anunciou a abertura de seu primeiro centro de tratamento contra a doença em Serra Leoa, em Kenema (leste).
A epidemia do Ebola na África ocidental já matou mais de 2.400 pessoas, segundo o balanço da OMS de sexta-feira. Afeta principalmente Libéria (1.137 mortos), Guiné (557 mortos) e Serra Leoa (524 mortos).
Até o momento não existe nenhum medicamento ou vacina homologados contra o ebola.
Com informações da Reuters, AFP e EFE.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "medidas drásticas" devem ser tomadas para conter o surto de ebola na África Ocidental, que já matou cerca de 400 pessoas. É o maior surto em números de casos, número de mortes e em distribuição geográfica. Na foto, uma equipe está próxima ao corpo de uma vítima
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mais de 600 casos já foram registrados na República da Guiné, onde o surto começou há 4 meses em Guekedou (foto acima). O local já foi um importante posto de troca na região, atraindo comerciantes de diversos países vizinhos.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o surto de ebola está fora do controle. O MSF tem cerca de 300 funcionários nacionais e internacionais trabalhando nos países onde o vírus se espalhou. Outros países estão sob alerta. A foto acima mostra um paciente sendo tratado por funcionários da organização.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O ebola é uma doença viral, cujos sintomas inciais podem incluir febre repentina, forte fraqueza, dores musculares e de garganta, segundo a OMS. E isso é só o início: o próximo passo é vômito, diarreia e, em alguns casos, hemorragia interna e externa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O vírus é altamente contagioso,e não tem vacina ou cura, por isso equipes médicas usam roupas especiais para evitar contaminação. Dependendo da força, até 90% dos infectados morrem. Na foto, pacientes esperam resultado de exames de sangue
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Os testes de laboratório irão determinar em questão de horas se as amostras contém ou não o vírus do ebola
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Após exposição ao vírus na área isolada, roupas e botas das equipes de atendimento são desinfetadas com cloro
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Além de cuidar da clínica, a equipe tenta conscientizar as pessoas sobre a doença. No bairro de Touloubengo, colchões são distribuídos a cinco famílias cujas casas foram desinfetadas após a morte de um membro.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Sia Bintou passou mais de 10 dias em tratamento, com poucas esperanças de deixar o local viva, mas sobreviveu. Enquanto não há um tratamento específico para o ebola, a equipe tenta fortalecer os pacientes tratando os sintomas.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mas nem todos se salvam. Nessa foto, a família de Finda Marie Kamano, incluindo sua irmã (centro), e outros membros da comunidade, estão presentes em seu funeral próximo a sua casa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A sepultura de Finda Marie é marcada com um broto de árvore
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil