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África

Para líder egípcio, banho de sangue é preço a ser pago

Mahmoud Badr defende que era preciso "se livrar" da Irmandade Muçulmana; sobre Obama, pode "ir para o inferno" com sua ajuda financeira

17 ago 2013 - 18h31
(atualizado às 19h11)
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Mahmoud Badr, cuja campanha ajudou a derrubar o presidente islâmico do Egito, insiste que o banho de sangue que se seguiu é o preço a ser pago por salvar a nação da Irmandade Muçulmana.

E ele tem uma mensagem para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que expressou alarme diante da repressão violenta contra a Irmandade, que levou a mais de 700 mortes: "Não nos ensinem sobre como lidar com o terrorismo da Irmandade". Quanto à ajuda financeira, diz ele, Obama pode ficar com ela e "ir para o inferno".

Badr, como muitos egípcios que se consideram liberais, tem pouca paciência com os grupos de direitos humanos que vêem a repressão como um revés para a democracia.

"O que o Egito está passando agora é o preço, um preço alto, por se livrar do grupo fascista da Irmandade antes que controle tudo e nos expulse a todos", disse Badr, de 28 anos, em entrevista à Reuters por telefone.

Badr e co-fundadores do movimento "Rebelde Tamarud" incentivaram milhões de egípcios a tomar as ruas em 30 de junho em manifestações exigindo a derrubada do presidente Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana.

Os protestos da Tamarud levaram o exército a depor Mursi em 3 de julho e a violência irrompeu em todo o país nesta semana, depois que forças de segurança invadiram acampamentos de apoiadores de Mursi, que exijem que ele seja reempossado.

Edifícios do governo e igrejas foram incendiados e atacadas nos últimos dias, ações que Badr - assim como o exército e seu governo interino - creditam à Irmandade e seus seguidores.

Jornalista, Badr acredita que a crucial nação árabe pode estar mergulhando em uma guerra civil, mas ainda assim considera que a derrubada do primeiro presidente eleito do Egito foi a decisão certa. Ele também defendeu a conduta dos militares no violento périodo pós-golpe.

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