Por ebola, maior estádio da Libéria servirá de hospital
Todos os leitos de hospitais hoje disponíveis no país estão ocupados
Em parceria com a ONU, a Fifa transformará o maior estádio de futebol da Libéria em um grande centro de tratamento para combater a epidemia de ebola que se alastra pelo país do leste da África.
O estádio Antoinette Tubman, na capital, Monróvia, havia sido doado à associação de futebol liberiana pela entidade máxima do futebol mundial, que também doará recursos para a luta contra o ebola neste e em outros países africanos.
No momento, todas as atividades relacionadas ao futebol estão suspensas na Libéria para prevenir novos contágios pelo vírus, já que o risco de infecção no futebol é alto, pois trata-se de um esporte de alto contato.
"O comprometimento de associações esportivas neste combate ao vírus é muito bem-vindo e crucial", disse Wilfried Lemke, conselheiro especial do secretariado-geral da ONU.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os leitos de hospitais hoje disponíveis na Libéria estão ocupados. E o número de novos pacientes com ebola nos países do leste do continente africano vem crescendo mais rapidamente do que é possível atendê-los.
Mais de 2,4 mil pessoas já morreram por causa do vírus nos últimos meses, a maior parte delas na Libéria, Serra Leoa e Guiné, e estima-se que 4,7 mil pessoas foram infectadas. No entanto, a OMS diz que o número de pessoas infectadas é provavelmente muito superior às estimativas de hoje.
Médicos cubanos
Para ajudar neste combate à doença, Cuba anunciou que enviará 165 profissionais de saúde, entre eles médicos, enfermeiros e especialistas em controle de infecções, à Serra Leoa para ajudar a conter o ebola. Eles ficarão no país por seis meses.
"Se vamos à guerra contra o ebola, precisamos de recursos para esta luta", disse Margaret Chan, diretora da OMS. "Cuba é famosa mundialmente pelo ótimo treinamento dado a médicos e enfermeiros e por ajudar outros países em desenvolvimento."
Por meio de um programa global, médicos cubanos são enviados a diversos países do mundo, e muitos consideram esta ajuda médica uma parte central das relações internacionais cubanas.
Um dos maiores esforços do gênero é um programa de cirurgias oftamológicas na Venezuela, onde milhares de cirurgias de cataratas já foram realizadas. Centenas de médicos cubanos também foram enviados ao Haiti em 2010 depois que o país foi atingido por um terremoto.
No Brasil, médicos cubanos participam do programa federal Mais Médicos, apresentado pelo governo Dilma Rousseff como uma saída para a escassez de profissionais em vários pontos do país.