Referendo de 2 dias no Egito acaba com 9 mortos e 444 detidos
Nove pessoas morreram e 444 foram detidas nos distúrbios registrados durante os dois dias do referendo constitucional realizado no Egito, que contou com uma alta participação, segundo informou nesta quinta-feira o Ministério do Interior.
Durante os dias 14 e 15 de janeiro, a polícia egípcia, em coordenação com as forças armadas, "fez frente com firmeza aos partidários do terrorista grupo da Irmandade Muçulmana", indicou um comunicado.
O ministério denunciou que a confraria, que foi declarada "grupo terrorista" em dezembro e que tinha falado de boicote ao referendo, tratou "de corromper o clima democrático no Egito".
No entanto, o ministério confirmou que os manifestantes conseguiram "obstruir o processo do referendo em alguns comitês" convocando protestos que terminaram em enfrentamentos, o que deixou nove mortos nas províncias de Guiza, Sohag e Beni Suef.
As forças de segurança detiveram 444 pessoas por participar desses eventos, algumas das quais portavam armas de fogo e brancas, entre elas quatro fuzis automáticos, uma metralhadora, três pistolas, uma escopeta e coquetéis molotov.
A nota do Ministério do Interior assegurou que, apesar destes fatos, a participação no referendo foi "em massa, generalizada e sem precedentes".
Segundo os primeiros resultados não oficiais divulgados hoje pelo jornal estatal "Al-Ahram", cerca de 98% dos eleitores aprovaram a nova Constituição, embora a participação seria de 33%, faltando conhecer os dados de duas províncias.
Devido ao boicote ao referendo da Irmandade Muçulmana e outros grupos afins e as tímidas chamadas a favor do "não", era esperada uma arrasadora vitória do "sim".
O importante é conseguir uma participação aceitável, que supere pelo menos 33% do anterior referendo sobre a Carta Magna aprovada pelos islamitas em 2012.