Rei dos zulus convida imigrantes a deixarem a África do Sul
O rei acusou o governo local de não proteger os sul-africanos do "influxo de estrangeiros", e lamentou que os imigrantes tenham "tomado" as lojas
O rei dos zulus, Goodwill Zwelithini, pediu nesta segunda-feira aos imigrantes que vivem na África do Sul que voltem para seus países de origem.
"Pedimos a que vêm de fora que, por favor, retornem a seus países", disse o monarca dos zulus, o maior grupo étnico de um país que enfrenta frequentemente ataques xenófobos contra a numerosa população imigrante de outras nações da África e da Ásia.
O rei Zwelithini acusou o governo local de não proteger os sul-africanos do "influxo de estrangeiros", e lamentou que os imigrantes tenham "tomado" as lojas que eram gerenciadas pelos locais.
O monarca - cuja autoridade real é reconhecida pela Constituição e é financiado pelo Estado - lembrou os tempos do regime segregacionista do "apartheid", quando muitos sul-africanos negros se exilaram em outros países africanos.
"Já sei que estavam em seus países durante a luta pela libertação, mas a questão é que vocês não montaram negócios em seus países", disse o soberano, dirigindo-se a sua audiência durante um discurso sobre "regeneração moral".
As palavras do rei foram criticadas por organizações de imigrantes somalis, congoleses e outras nacionalidades que vivem na África do Sul, que denunciaram os constantes ataques verbais e agressões que sofrem por sua origem.
Várias pessoas morreram e dezenas de lojas gerenciadas por imigrantes, a maioria somalis, foram saqueadas e incendiadas em janeiro em "townships" (antigos guetos negros) de Johanesburgo e Pretória.
Imigrantes de países como a Somália, Etiópia ou Paquistão dominam o comércio nas zonas negras mais pobres onde vive a maioria dos sul-africanos.
A África do Sul abriga uma das maiores povoações de imigrantes e refugiados da África.