Sistema de saúde da Libéria desmorona por ebola, diz MSF
Cinco hospitais na capital estão fechados há uma semana, segundo a coordenadora do Médicos Sem Fronteiras
O sistema de saúde da Libéria está completamente saturado e "desmoronando" devido o surto do ebola no país, disse a coordenadora do grupo Médicos Sem Fronteiras.
Lindis Hurum disse à BBC que cinco dos maiores hospitais na capital, Monróvia, estão fechados há mais de uma semana.
"Alguns deles começaram a reabrir mas há outros hospitais em outros países que estão sendo abandonados pela equipe", disse ela.
"Definitivamente, estamos vendo que o sistema de saúde está desmoronando".
Cerca de mil pessoas morreram e 1.800 estão infectadas pelo ebola na África Ocidental.
Libéria, Serra Leoa e Guiné - países que são o foco da epidemia - e a Nigéria já declararam estado de emergência por causa da propagação do vírus.
Nas últimas semanas, vários países aconselharam seus cidadãos a não viajarem para as regiões afetadas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou na sexta-feira que o surto do vírus era uma emergência médica global.
No sábado, a polícia da Libéria dispersou um protesto contra as ações do governo à epidemia. Manifestantes bloquearam uma estrada, dizendo que autoridades não estariam recolhendo o corpo de algumas das vítimas.
O Exército agiu para restringir o movimento de pessoas, especialmente das regiões mais afetadas pela doença à capital.
Na vizinha Guiné, o ministro da Saúde disse no sábado que o país tinha fechado suas fronteiras com a Libéria e Serra Leoa para evitar a entrada de pessoas contaminadas pelo vírus.
No entanto, a televisão estatal negou a informação, dizendo que medidas foram, na verdade, reforçadas nos postos de controle.
O Ebola é transmitido entre seres humanos por meio de fluidos corporais.
Animais como morcegos são portadores do vírus, que pode ser transmitido às pessoas através do contato com sangue ou do consumo de carne de animais silvestres.