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África

Sudanesa condenada à morte por ser cristã dá à luz na prisão

Islã condenou a mulher à forca por apostasia, crime relacionado à conversão de pessoas que saem islamismo

27 mai 2014 - 10h50
(atualizado em 29/5/2014 às 13h12)
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Sudanesa deu à luz nesta terça-feira; ela foi condenada à forca por não aceitar se converter ao islamismo
Sudanesa deu à luz nesta terça-feira; ela foi condenada à forca por não aceitar se converter ao islamismo
Foto: Daily Mail / Reprodução

Uma jovem cristã condenada no Sudão a morrer enforcada por apostasia (crime de conversão para outras religiões dentro de leis islâmicas) deu à luz na prisão nesta terça-feira, afirmou um diplomata ocidental.

"Ela deu à luz uma menina hoje", declarou o diplomata referindo-se a Meriam Yahia Ibrahim Ishag, de 27 anos, filha de um muçulmano e condenada a forca em meados de maio em virtude da lei islâmica vigente no Sudão desde 1983, que proíbe as conversões, sob pena de morte.

"Parece que a mãe e a filha estão bem", declarou o diplomata, que pediu o anonimato. 

A condenação à morte da jovem por um tribunal de Cartum no dia 15 de maio provocou uma onda de indignação e protestos. Segundo militantes de direitos humanos, a jovem, presa há 4 meses, permanecerá detida no presídio para mulheres de Ondurman, maior cidade do Sudão. Segundo o advogado da mulher, Mohaned Mustafa Elnour, ao Daily Mail, a jovem está pensando em dar o nome de Maya à filha e que seu nascimento foi uma boa notícia em meio ao caos vivido pela Ishag. 

"Demos três dias para abjurar de sua fé, mas você insistiu em não voltar ao Islã. Condeno-a à pena de morte na forca", declarou o juiz Abbas Mohamed al-Khalifa, dirigindo-se à mulher pelo sobrenome de seu pai, de confissão muçulmana.

Antes do veredicto, um chefe religioso muçulmano tentou convencê-la a voltar ao Islã, mas a mulher disse ao juiz: "sou cristã e nunca cometi apostasia". Em uma conversa com seu marido durante uma visita rara à prisão, Meriam teria lhe falado "se querem me executar, então devem ir em frente, pois não vou mudar minha fé." 

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Meriam Yahia Ibrahim Ishag (seu nome cristão) também foi condenada a cem chibatadas por adultério. Segundo a Anistia Internacional, Ishag foi criada no cristianismo ortodoxo, a religião de sua mãe, já que seu pai, muçulmano, esteve ausente durante sua infância. Posteriormente, a jovem se casou com um cristão do Sudão do Sul.

Segundo a interpretação sudanesa da sharia (lei islâmica), uma muçulmana não pode se casar com um não muçulmano.

Se a pena for aplicada, ela será a primeira pessoa punida por apostasia em virtude do código penal de 1991, segundo o grupo de defesa da liberdade religiosa, Christian Solidarity Worldwide.

Com informações da AFP e Daily Mail.

Fonte: Terra
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