A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que o vírus do Ebola poderá afetar até 20 mil pessoas, mas espera deter o avanço da doença nos próximos três meses.
"O número total de casos de febre hemorrágica pelo vírus Ebola pode superar 20 mil", afirma a OMS, que no entanto espera deter o aumento de novos casos em três meses e "deter qualquer transmissão residual em seis a nove meses".
A agência de saúde da ONU divulgou um plano estratégico para combater o surto em quatro países da África Ocidental.
"Esse planejamento assume que em muitas áreas de intensa transmissão o número real de casos pode ser de duas a quatro vezes maior do que o relatado atualmente. O plano reconhece que o número agregado de casos de Doença do Vírus Ebola pode ultrapassar os 20 mil no decorrer desta emergência", disse a ONU.
O surto mortal do vírus começou na Guiné em março e se espalhou pelas vizinhas Libéria e Serra Leoa, assim como pela Nigéria, o que exige uma imensa e coordenada resposta internacional, disse a OMS.
Um outro surto de Ebola na República Democrática do Congo, identificado como sendo de uma cepa diferente, não foi incluído na estimativa.
A OMS anunciou nesta quinta-feira que até 26 de agosto morreram 1.552 pessoas das 3.069 que contraíram o vírus Ebola em quatro países da África ocidental.
O balanço anterior da organização, que destaca um avanço de forma acelerada da epidemia, registrava a morte de 1.427 pessoas e 2.615 casos de Ebola até 20 de agosto.
Com informações da AFP e Reuters.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "medidas drásticas" devem ser tomadas para conter o surto de ebola na África Ocidental, que já matou cerca de 400 pessoas. É o maior surto em números de casos, número de mortes e em distribuição geográfica. Na foto, uma equipe está próxima ao corpo de uma vítima
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mais de 600 casos já foram registrados na República da Guiné, onde o surto começou há 4 meses em Guekedou (foto acima). O local já foi um importante posto de troca na região, atraindo comerciantes de diversos países vizinhos.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o surto de ebola está fora do controle. O MSF tem cerca de 300 funcionários nacionais e internacionais trabalhando nos países onde o vírus se espalhou. Outros países estão sob alerta. A foto acima mostra um paciente sendo tratado por funcionários da organização.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O ebola é uma doença viral, cujos sintomas inciais podem incluir febre repentina, forte fraqueza, dores musculares e de garganta, segundo a OMS. E isso é só o início: o próximo passo é vômito, diarreia e, em alguns casos, hemorragia interna e externa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O vírus é altamente contagioso,e não tem vacina ou cura, por isso equipes médicas usam roupas especiais para evitar contaminação. Dependendo da força, até 90% dos infectados morrem. Na foto, pacientes esperam resultado de exames de sangue
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Os testes de laboratório irão determinar em questão de horas se as amostras contém ou não o vírus do ebola
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Após exposição ao vírus na área isolada, roupas e botas das equipes de atendimento são desinfetadas com cloro
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Além de cuidar da clínica, a equipe tenta conscientizar as pessoas sobre a doença. No bairro de Touloubengo, colchões são distribuídos a cinco famílias cujas casas foram desinfetadas após a morte de um membro.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Sia Bintou passou mais de 10 dias em tratamento, com poucas esperanças de deixar o local viva, mas sobreviveu. Enquanto não há um tratamento específico para o ebola, a equipe tenta fortalecer os pacientes tratando os sintomas.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mas nem todos se salvam. Nessa foto, a família de Finda Marie Kamano, incluindo sua irmã (centro), e outros membros da comunidade, estão presentes em seu funeral próximo a sua casa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A sepultura de Finda Marie é marcada com um broto de árvore
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil