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África

Tanzânia: 225 bruxos são presos por morte de albinos

Peles de lagarto e de leão, dentes de javali-africano e ovos de avestruz estavam em posse dos bruxos

12 mar 2015 - 11h54
(atualizado às 12h59)
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<p>A ONU denunciou um aumento desde 2013 de ataques contra albinos na Tanzânia</p>
A ONU denunciou um aumento desde 2013 de ataques contra albinos na Tanzânia
Foto: Katrina Manson / Reuters

Mais de 200 bruxos foram presos desde meados de janeiro na Tanzânia, como parte de uma operação para acabar com as mutilações e assassinatos de albinos, vítimas de crenças que lhes atribui poderes mágicos, informou a polícia nesta quinta-feira (12).

Advera Bulimba, porta-voz da polícia, indicou à AFP que 225 curandeiros não licenciados e alegados adivinhos foram presos durante a operação lançada em várias regiões do norte, que deve ser estender a todo o território. Destes, 97 já foram levados à justiça, acrescentou.

"Alguns dos detidos estavam na posse de itens, tais como peles de lagarto ou leão, dentes de javali-africano, ovos de avestruz, rabos de macaco ou de burro e patas de aves", disse o porta-voz.

Repórter sul-africano é roubado em frente às câmeras:
Crescimento dos ataques

A ONU denunciou um aumento desde 2013 de ataques contra albinos na Tanzânia, potencialmente devido à aproximação das eleições previstas para outubro, com candidatos que desejam adquirir a vitória eleitoral via magia.

Uma menina albina de quatro anos foi sequestrada no final de dezembro e ainda não foi encontrada. Um bebê de 18 meses foi sequestrado em meados de fevereiro e seu corpo foi encontrado com braços e pernas amputados. E no início de março, homens armados atacaram uma criança de seis anos e cortaram uma de suas mãos.

Os corpos dos albinos, usados para rituais de bruxaria ou na fabricação de filtros, são vendidos por cerca de US$ 600 aos alegados feiticeiros ou curandeiros. Em meados de janeiro, a Tanzânia anunciou a proibição da bruxaria para tentar conter o fenômeno.

A polícia chamou em um comunicado "os líderes religiosos, líderes tradicionais e políticos e jornalistas a continuar com a campanha de conscientização contra essas crenças supersticiosas".

"Muitos de nossos cidadãos ainda acreditam em bruxaria, resultando em um crime como este", disse Bulimba neste texto.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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