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Agência da ONU alerta para risco de ataques cardíacos e mortes com onda de calor

18 jul 2023 - 09h21
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A onda de calor que atinge o hemisfério norte deve se intensificar nesta semana, causando uma elevação nas temperaturas durante a noite e levando a um aumento do risco de ataques cardíacos e mortes, informou a Organização Meteorológica Mundial nesta terça-feira.

A OMM alertou que a onda de calor está em fases iniciais, dizendo prever que as temperaturas na América do Norte, Ásia, norte da África e Mediterrâneo fiquem acima de 40 graus Celsius "por um número prolongado de dias nesta semana, à medida que a onda de calor se intensifica".

Isso pode significar temperaturas à meia-noite pairando na casa dos 30 graus em algumas áreas nesta semana, afirmou a agência.

"As altas temperaturas noturnas repetidas são particularmente perigosas para a saúde humana, porque o corpo não consegue se recuperar do calor contínuo. Isso leva a um aumento de casos de ataques cardíacos e morte", disse John Nairn, consultor sênior de calor extremo da OMM, a repórteres em Genebra.

Panu Saaristo, da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), afirmou que bebês, idosos e pessoas com condições crônicas de saúde correm um risco particular.

Mais de 60.000 europeus podem ter morrido nas ondas de calor do ano passado, segundo especialistas, apesar de terem alguns dos melhores sistemas de alerta do mundo. A IFRC está telefonando para idosos na Itália, distribuindo água potável na Grécia e criando abrigos para as pessoas afetadas pelo incêndio na ilha espanhola de La Palma, disse Saaristo.

A agência meteorológica da ONU declarou que novos recordes são possíveis nos próximos dias. A máxima europeia anterior foi de 48,8 graus Celsius alcançada na Sicília em agosto de 2021 e o recorde global é de 56,7 graus Celsius no Vale da Morte, na Califórnia, em julho de 1913, de acordo com a OMM.

"A onda de calor no Mediterrâneo é grande, mas não se compara ao que aconteceu no norte da África", disse Nairn, da OMM. "Está se desenvolvendo na Europa neste estágio. Estamos nas fases iniciais desta onda de calor."

Questionado sobre se a atual onda de calor se deve à mudança climática, Nairn descreveu os sistemas climáticos "estacionados" de movimento lento como incomuns. "Esses não são os sistemas climáticos normais do passado. Você precisa fazer reparos climáticos para mudar isso", disse ele.

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