Agência dos EUA proíbe corante vermelho em alimentos e medicamentos; substância é usada no Brasil
Agência afirmou que substância teve relação com o câncer descoberta em alguns animais
A Food And Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos responsável por regulamentar produtos internos, proibiu o uso de corante vermelho nº 3 em alimentos, bebidas e medicamentos dentro do país.
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Em comunicado nesta quarta-feira, 15, a FDA afirmou que a substância teve relação com o câncer descoberta em alguns animais, mas informou que a maneira como esse tipo de corante causa a doença em animais não é a mesma em humanos.
Conhecido como eritrosina, o corante vermelho nº 3 é feito a partir do petróleo. Ele é comumente usado para dar a cor vermelho-cereja em comidas, bebidas e até medicamentos. A Califórnia já havia banido o uso da substância em outubro de 2023 e, agora, a FDA aplicou a decisão a nível nacional.
"A Cláusula Delaney, promulgada em 1960 como parte da Emenda de Aditivos de Cor ao Ato, proíbe a autorização da FDA de um aditivo alimentar ou aditivo de cor se for descoberto que ele induz câncer em humanos ou animais", disse a agência.
A substância é usada, principalmente, em doces, bolos, cupcakes, biscoitos e sobremesas congeladas. Ela também pode ser encontrada em produtos alimentícios comercializados no Brasil.
Países como Austrália e Japão também não permitem o uso desse tipo de corante. Esta não é a primeira vez que a FDA revoga uma autorização com base na Cláusula Delaney. Em 2018, a agência revogou autorização para determinados sabores sintéticos em resposta a uma petição.
No caso da eritrosina, uma petição para retirar o corante de circulação foi colocada a público em 2022. A petição solicitou que a agência revisasse a Cláusula Delaney para o químico. Como justificativa, foram apresentados dois estudos que mostraram a presença de câncer em ratos de laboratório expostos a altos níveis do corante.
Fabricantes de alimentos que usam a substância nos EUA têm até o dia 15 de janeiro de 2027 para retirá-la de circulação, enquanto as empresas que fabricam medicamentos têm até o dia 18 de janeiro de 2028 para reformular os produtos.