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Air France e Airbus vão a julgamento 13 anos após desastre aéreo no Atlântico

7 out 2022 - 11h05
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Mais de 13 anos depois que um avião da Air France caiu no oceano Atlântico, matando todas as 228 pessoas a bordo, a companhia aérea e a fabricante de aeronaves francesa Airbus serão julgadas em um tribunal de Paris na próxima semana com parentes buscando "luz no fim de um longo túnel".

O voo 447, que fazia a rota do Rio de Janeiro a Paris, desapareceu na escuridão durante uma tempestade em 1º de junho de 2009.

Após uma busca de dois anos pelas caixas pretas do A330, investigadores franceses descobriram que os pilotos lidaram mal com a perda temporária de dados dos sensores, que ficaram congelados, e levaram a aeronave de 205 toneladas para um estol aerodinâmico, ou queda livre, sem responder aos alertas.

Mas a agência de acidentes BEA também divulgou que a Air France havia expressado preocupações sobre o aumento dos incidentes de congelamento antes do acidente e começou a receber sondas de velocidade aprimoradas. Especialistas dizem que os papéis relativos do erro do piloto ou do sensor, bem como exibições erráticas ou fadiga, serão fundamentais para o julgamento histórico.

A audiência de abertura na segunda-feira marcará a primeira vez que empresas francesas serão diretamente julgadas por "homicídio involuntário" após um acidente aéreo, em vez de indivíduos.

Embora a reputação corporativa e uma catarse há muito esperada para as famílias estejam em jogo, o julgamento de nove semanas não deve levar a penalidades financeiras significativas. No entanto, especialistas dizem que quantias maiores foram pagas em indenizações ou acordos no âmbito cível.

Mesmo assim, o AF447 provocou um amplo repensar sobre treinamento e tecnologia e é visto como um dos poucos acidentes que mudaram a aviação. Mas as reformas seguiram o ritmo metódico da regulamentação global ou ficaram atoladas em desacordos da indústria.

Entre dezenas de recomendações de segurança, especialistas dizem que a investigação levou a mudanças críticas na forma como os pilotos são treinados para lidar com problemas no ar ou perda de controle.

Embora as caixas pretas forneçam pistas importantes, o julgamento pode reacender uma longa disputa sobre privacidade sobre se as cabines dos pilotos também devem ser monitorados visualmente para decifrar futuros acidentes, especialmente agora que as câmeras de segurança fazem parte da vida cotidiana.

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