Alagamentos continuam na Itália e rios chegam a nível máximo
Chuvas colocaram regiões de toda a Itália em alerta
Há dias sofrendo com chuvas intensas e alagamentos, a Itália registrou nesta segunda-feira (25) novos transbordamentos de rios e regiões em alerta máximo de risco. Pela madrugada, o rio Ticino, que passa pela província de Pavia, na Lombardia, transbordou, alagando a área de Borgo Basso.
Agentes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros precisaram ajudar os moradores a deixarem suas casas em botes. De acordo com fontes locais, o rio Po também está em sua capacidade máxima e pode transbordar nas próximas horas, atingindo Cremona. O nível das águas tem aumentado 10 centímetros por hora.
Em Como, o famoso lago está em cheias constantes. Ontem, atingiu os 105 centímetros e pode chegar aos 120. As autoridades locais já fecharam as vias para acesso de automóveis e montaram passarelas para os pedestres.
A situação mais crítica é a da Emilia-Romagna, ao norte da Itália, que está em alerta vermelho para hoje, enquanto Abruzzo, Calábria, Piemonte, Vêneto, Marcas, Lombardia e Puglia estão na categoria laranja. Em Val d'Aosta, Trentino Alto Ádige, Campânia, Molise, Basilicata, Úmbria, Sicília e Sardenha, o alerta é amarelo.
"Temos ao menos 130 ruas fechadas, uma região bloqueada completamente, 550 desabrigados e 600 pessoas isoladas. Há pelo menos uma vítima, que se soma a outras duas registradas há um mês", lamentou o governador do Piemonte, Alberto Cirio. "Pedimos o estado de calamidade e o estado de emergência".
No fim de semana, um viaduto na estrada A6, na Ligúria, desabou, sem deixar vítimas. O episódio, porém, reacendeu a lembrança da tragédia da Ponte Morandi, em agosto de 2018, que provocou a morte de 43 pessoas. Em Alexandria , uma mulher foi encontrada sem vida após ser arrastada pelas cheias do rio Bormida.
Diante da situação de caos, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, anunciou que o governo irá alocar 11 bilhões de euros no plano plurianual orçamentário para a proteção do território. "Devemos gastar esse dinheiro e acelerar todas as obras [de infraestrutura]", disse.
A confederação nacional da agricultura, a Coldiretti, calcula que as chuvas, as mudanças climáticas e os fenômenos naturais provocaram um prejuízo de 14 bilhões de euros em uma década na Itália. "Acabaram deixado da água milhares de hectares de terrenos cultivados", alertou a entidade.
Há semanas, várias regiões da Itália estão sofrendo com chuvas intensas, alagamentos e deslizamentos de terras. Em Veneza, o fenômeno da maré alta atingiu o recorde de 50 anos e deixou o centro histórico da cidade inundado, afetando até a cripta da Basílica de São Marco.