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Alemanha é o 4º país europeu com mais imigrantes brasileiros

A parceria com o Brasil é destaque, especialmente para suprir a falta de profissionais em áreas como programação, medicina, engenharia e enfermagem

3 jan 2024 - 16h21
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A Alemanha é o quarto país europeu com mais brasileiros. Até o ano passado, eram mais de 160 mil imigrantes, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores. O país enfrenta desafios de escassez de mão de obra, especialmente em setores como saúde e educação. Com mais de 630 mil vagas não preenchidas em 2022, o governo alemão busca atrair pelo menos 400 mil novos imigrantes anualmente.

Alemanha é o 4º país europeu com mais imigrantes brasileiros
Alemanha é o 4º país europeu com mais imigrantes brasileiros
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

A parceria com o Brasil é destacada, especialmente para suprir a falta de profissionais em setores como programação, medicina, engenharia e enfermagem. Em entrevista ao SBT, o chefe do Departamento de Cultura do Ministério das Relações Exteriores, Jens Wagner, disse querer "organizar essa migração, em parceria com o Brasil".

O Ministério do Trabalho alemão colaborou em 2022 com o Conselho Federal de Enfermagem do Brasil para contratar 700 profissionais anualmente, oferecendo apoio na mudança, aulas de idioma e programas para facilitar a integração. Faltam cerca de 130 mil enfermeiros e cuidadores de idosos. em toda Alemanha.

"Tem muitos programas para ajudar, pessoas que estão pensando em migrar para Alemanha, e também pessoas que já chegaram aqui. Programas para ajudar com a língua, mas também programas para ajudar com a vida, o dia a dia aqui na Alemanha, com a burocracia", afirmou.

O "Green Card" alemão

A Alemanha, que enfrenta há décadas a escassez de mão de obra, implementou um "green card" (Chancenkarte, em alemão) baseado em pontos para atrair cidadãos não europeus. Diferentemente de outros países, os candidatos não precisam de uma oferta de emprego para obter o visto, facilitando o processo.

O novo documento requer três de quatro critérios, incluindo diploma universitário, conhecimento de alemão ou experiência na Alemanha, três anos de experiência profissional e idade inferior a 35 anos. Também é necessário provar que o solicitante tem condições de pagar suas despesas pelo tempo que permanecerá na Alemanha antes de encontrar um emprego.

A mudança visa combater a escassez de trabalhadores, especialmente em setores críticos. A Alemanha, historicamente imigrante, enfrenta o desafio do envelhecimento populacional, com consequências econômicas potencialmente catastróficas se não abordado.

"A escassez de mão de obra afeta quase todos os setores do mercado de trabalho alemão. No entanto, a situação é particularmente tensa nas profissões científicas, técnicas, médicas e de enfermagem", diz o economista Wido Geis-Thöne à BBC.

A falta de mão de obra afeta 56% das empresas alemãs, podendo resultar em realocações e problemas de abastecimento. O novo sistema flexível visa compensar a escassez, embora a capacidade de atrair uma força de trabalho jovem permaneça incerta.

Entretanto, Geis-Thöne ressalta que "não está claro se a Alemanha conseguirá atrair uma força de trabalho jovem, pois apesar da lei de imigração alemã ser mais liberal do que restritiva no que diz respeito à migração laboral e migração educacional, os procedimentos administrativos são muito longos e as vias de acesso às vezes são difíceis de entender para as pessoas no exterior".

* Texto sob supervisão de Cleber Stevani

Perfil Brasil
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