Alemanha prende supostos membros de grupo de direita que planejam revolta
A polícia alemã prendeu oito supostos membros de um grupo militante de direita, movido por ideologia racista e teorias conspiratórias, que vinham treinando em guerra para a queda do Estado moderno alemão, informaram os promotores nesta terça-feira.
A notícia das prisões veio no momento em que uma operação policial de 450 homens estava em andamento para desmantelar o grupo, denominado pelos promotores como "Saechsische Separatisten", ou Separatistas da Saxônia, que tem a abreviação SS, a mesma da milícia de elite do partido nazista.
"Nossas autoridades de segurança frustraram, assim, em um estágio inicial, planos de golpe militantes de terroristas de direita, que ansiavam por um Dia X para atacar as pessoas e nosso Estado com força armada", disse a ministra do Interior, Nancy Faeser, em um comunicado.
O Spiegel Online informou que um dos suspeitos era um político do partido nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD) no leste da Alemanha.
Esse seria o segundo plano de golpe descoberto na Alemanha nos últimos anos.
O chamado movimento "Reichsbuerger" foi exposto em 2022, liderado por um suposto príncipe com ambições de derrubar o Estado e instalar um governo interino, em um caso que chocou a Alemanha com sua rede e planejamento detalhados.
O grupo visado na operação desta terça-feira foi formado no máximo em novembro de 2020, disse o gabinete do promotor federal em um comunicado.
"É um grupo militante de 15 a 20 indivíduos cuja ideologia é caracterizada por ideias racistas, antissemitas e parcialmente apocalípticas", acrescentou o comunicado.
Convencido de que a Alemanha está próxima do colapso, com a queda do governo e da sociedade profetizada para um "Dia X" indeterminado, o grupo vinha treinando para usar a força para estabelecer um novo sistema no leste do país inspirado no nazismo, de acordo com os investigadores.
"Se necessário, grupos indesejados de pessoas devem ser removidos da área por meio de limpeza étnica", disse a declaração do grupo.
Os promotores disseram que os suspeitos haviam concluído o treinamento paramilitar, com foco em guerra urbana, manuseio de armas de fogo, marcha noturna e patrulhamento.
O grupo também adquiriu equipamentos militares, como uniformes de camuflagem, capacetes de combate, máscaras de gás e coletes à prova de balas.