Aliados da Otan discutem caminho para adesão da Ucrânia; Kiev vê progresso
Os membros da Otan permaneciam divididos nesta segunda-feira sobre como colocar a Ucrânia no caminho para a adesão na véspera de uma cúpula na Lituânia, mas pareceram remover um obstáculo importante para a entrada de Kiev na aliança.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que apresentou um pacote que inclui a remoção da exigência de um Plano de Ação para Adesão (MAP) - uma lista de objetivos políticos, econômicos e militares que outras nações do leste europeu tiveram que cumprir antes de ingressar na aliança.
Mas o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que deve comparecer à cúpula, quer um convite claro em Vilnius para se juntar à aliança após o fim da guerra da Rússia na Ucrânia, e garantias de segurança até então.
Os membros da Otan no Leste Europeu, sob o controle de Moscou por décadas no século passado, apoiaram a posição da Ucrânia. Mas outros, como os Estados Unidos e a Alemanha, têm sido mais cautelosos com qualquer movimento que temam que possa levar a Otan a um conflito direto com a Rússia e potencialmente desencadear uma guerra global.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, tuitou que houve um consenso entre os aliados para abandonar o MAP, mas acrescentou: "Também é o melhor momento para oferecer clareza sobre o convite à Ucrânia para se tornar membro".
Stoltenberg disse em entrevista coletiva que haverá mais reuniões na segunda-feira: "Nenhuma decisão final foi tomada, mas na cúpula estou absolutamente certo de que teremos unidade e uma mensagem forte sobre a Ucrânia".
O presidente russo, Vladimir Putin, citou a expansão da Otan em direção às fronteiras da Rússia nas últimas duas décadas como uma razão para sua decisão de enviar as Forças Armadas para a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
Afirmações de que "o lugar de direito da Ucrânia é na Otan" e que ela ingressará "quando as condições permitirem" estão entre as frases em discussão, dizem diplomatas, enquanto tentam encontrar palavras aceitáveis para todos os 31 membros da Otan.
Em uma cúpula em Bucareste em abril de 2008, depois de muita disputa, a Otan declarou que tanto a Ucrânia quanto a Geórgia se juntariam à aliança liderada pelos Estados Unidos - mas não lhes deu nenhum plano de como chegar lá.
Os aliados orientais da Ucrânia exigem que Vilnius vá além da declaração de 2008, e a questão pode ser novamente deixada para os líderes resolverem. Dois diplomatas europeus disseram que as posições permanecem consolidadas e que pouco progresso foi feito no fim de semana.