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Alpinista que perdeu nove dedos está perto de alcançar topo do Everest

26 set 2015 - 20h11
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Um alpinista japonês que perdeu nove dedos das mãos está perto de atingir o pico mais alto do mundo, o Monte Everest, no Nepal.

O alpinista Nobukazu Kuriki perdeu nove dedos em tentativa de escalar o Everest, mas não desistiu
O alpinista Nobukazu Kuriki perdeu nove dedos em tentativa de escalar o Everest, mas não desistiu
Foto: Navesh Chitrakar/Reuters)

Os últimos contatos feitos com Nobukazu Kuriki, de 33 anos, sugerem que ele atingiu o South Col, passagem entre o Monte Lhotse, o quarto maior do mundo, e o Everest, local onde os alpinistas costumam acampar antes da última subida.

O japonês é a primeira pessoa a tentar alcançar o topo do monte desde o terremoto de abril, que devastou o Nepal. É a sua quinta tentativa nos últimos seis anos – em 2012, ele ficou preso em um buraco de neve a 8,3 mil metros de altura, sob temperaturas inferiores a -20°C, e acabou perdendo nove dedos das mãos por causa do congelamento.

A expectativa era que ele descansasse por um período de sete a oito horas no South Col antes de partir para a última parte do desafio.

Segundo Ang Tsering, presidente da Associação Nepalesa de Montanhismo, não é incomum que os alpinistas iniciem o trajeto à noite para atingir o topo do Everest ao amanhecer.

Enfrentar o trecho final durante a madrugada permite aos montanhistas chegar ao pico e descer dele sob a luz do dia. Além disso, a ausência do calor do sol pode diminuir o vento. “Esperamos que ele seja bem-sucedido e volte bem”, disse Tsering.

Kuriki, que chegou ao Nepal há mais de um mês para se acostumar com o clima, é até agora a única pessoa a agendar uma subida ao Everest durante o outono, período do ano em que a tarefa é ainda mais desafiadora.

Ele está seguindo a mesma rota utilizada por Edmund Hillary e Tenzing Norgay em 1953, quando se tornaram as primeiras pessoas a atingir o topo da montanha.

Sozinho e com poucos apetrechos

O alpinista japonês prefere escalar no inverno, sozinho e com o mínimo de apetrechos possível. “É a mais pura forma de escalar, e vale o perigo extra”, disse no passado.

A falta dos dedos representa desafios maiores até mesmo nas manobras mais básicas do alpinismo. “Sim, eu me sinto nervoso e com medo”, afirmou à agência de notícias Reuters após chegar ao Nepal.

“Isso é natural quando se está prestes enfrentar o desafio de escalar o Everest, principalmente depois do terremoto e nesta parte do ano.”

A lucrativa indústria do alpinismo no Nepal foi destruída pelo terremoto, ocorrido em 25 de abril. Mais de 9 mil pessoas morreram, parte delas por causa das avalanches causadas pelo tremor.

Segundo correspondentes, um êxito de Kuriki pode ajudar a revigorar o setor.

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