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Alunos de escola da Flórida se mostram determinados após vidas mudarem para sempre por massacre

23 mar 2018 - 21h06
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Os estudantes Madeline Gaffney, Diego Pfeiffer e Kayla Sanseverino, da escola Marjory Stoneman Douglas, eram adolescentes normais focados em lições de casa e inscrições para faculdades antes de o ataque em massa do mês passado catapultá-los para o debate nos Estados Unidos sobre direitos de armas.

Diego Pfeiffer conversa com colegas de escola em Parkland
 18/3/2018    REUTERS/Jillian Kitchener
Diego Pfeiffer conversa com colegas de escola em Parkland 18/3/2018 REUTERS/Jillian Kitchener
Foto: Reuters

Conforme se preparam para manifestações do movimento "March for Our Lives" (Marcha por Nossas Vidas) no sábado em Washington e em outros locais exigindo regulamentações mais rígidas sobre armas, os estudantes disseram ainda estar lidando com a ansiedade que surge ao sobreviver a um crime violento.

    "Eu não faço mais tantas atividades ao ar livre", disse Madeline, de 17 anos e que gostava de correr e ir à academia regularmente antes de perder um amigo no ataque a tiros em 14 de fevereiro, que tirou a vida de 17 alunos e funcionários em Parkland, na Flórida.

    Diego, de 18 anos, disse que agora analisa restaurantes e shoppings por possíveis perigos e que percebeu estar olhando por trás dos ombros em corredores da escola quando as aulas voltaram no mês passado, após um dos ataques a tiros mais mortais em uma escola dos EUA.

    "Eu definitivamente olho ao redor, analiso o ambiente um pouco mais só para ter certeza que consigo absorver o máximo que eu posso, e eu nunca tinha feito isto antes", disse.

    Balancear seu ativismo recente e a vida estudantil tem sido difícil às vezes, afirmou Diego. Quando está na escola, ele sente que seu tempo poderia ser gasto melhor conversando com parlamentares sobre controle de armas ou tentando engajar eleitores jovens.

Ele disse que o movimento por controle mais rígido de armas, reanimado por sobreviventes do ataque, mostrou para seus colegas de classe que podem ter um impacto sobre o processo político.

    "Agora nós temos uma razão, há pessoas dizendo que você precisa sair e que você precisa fazer a diferença".

Kayla, de 16 anos, disse querer seguir uma carreira na psicologia infantil, com objetivo de ajudar crianças antes que se tornem tão problemáticas que recorram à violência.

    O suspeito do ataque em Parkland, o ex-aluno Nikolas Cruz, de 19 anos, tinha um histórico de problemas mentais, diversos encontros com a polícia e foi expulso da Stoneman Douglas no ano passado por problemas disciplinares.

    "Segurança em escolas ajuda nossas escolas, mas e cinemas, e boates, e mercados? Nós não podemos proteger todos os lugares", disse Kayla, que irá à passeata em Amelia Island, na Flórida, no sábado.

Madeline e Diego, que comparecerão à manifestação em Washington, disseram que o ativismo está só começando. "Nós simplesmente não vamos embora", declarou Diego.

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