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Alzheimer de Reagan começou quando ainda era presidente, afirma seu filho

16 jan 2011 - 10h06
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O Alzheimer do ex-presidente americano Ronald Reagan começou quando ele ainda ocupava a Casa Branca, um velho boato que ressurge após seu filho mais novo, Ron, fazer a afirmação no livro que vai publicar no dia 6 de fevereiro, no centenário de nascimento do pai.

"My Father at 100: A Memoir" (sem tradução em português) é o título da obra escrita pelo caçula dos quatro filhos do ex-líder, Ron Reagan, que chegará às livrarias na próxima terça-feira. A fonte surpreendente fala sobre um antigo rumor com toques de escândalo.

Reagan, morto em 2004, teria começado a apresentar sintomas do estágio inicial da doença durante seu segundo mandato (1985-89). Ron, cujo ateísmo e ideias liberais marcaram o conhecido distanciamento de seu pai, assegura que foi naquele período que o ex-presidente começou a apresentar mudanças, mas a falta de sintomas aparentes impediu que os médicos fizessem o diagnóstico específico desde o início.

"Eu não tinha provas de que meu pai (nem ninguém mais) estava ciente de sua condição médica enquanto presidente. Se tivessem diagnosticado a doença em 1987, teria renunciado ao cargo? Acredito que sim", escreveu.

A revelação pode bater de frente com dezenas de relatórios médicos e estudos de historiadores, que respaldam a versão oficial da Casa Branca, segundo a qual o presidente não manifestou indícios de Alzheimer até um ano antes do diagnóstico, em 1993.

Diante dessas provas, Ron aposta no avanço da medicina para sustentar sua tese de que hoje as mudanças neurológicas associadas ao Alzheimer podem se manifestar "anos, inclusive décadas", antes de surgirem sintomas aparentes.

"A pergunta, portanto, se meu pai sofreu as fases iniciais do Alzheimer quando ainda era presidente, se responde por si só", sentencia no livro.

O caçula dos Reagan, de 53 anos, lembra que a primeira vez que notou um comportamento estranho em seu pai foi durante a campanha eleitoral de 1984, quando seu rival era o democrata Walter Mondale.

O político republicano se mostrou "um presidente desorientado", o que gerou um sentimento de pesadelo que se tornou realidade.

"Com 73 anos, Ronald Reagan se tornaria o presidente de mais idade a ser reeleito. Alguns eleitores começavam a imaginar seu avô - que nunca conseguia encontrar seus óculos de leitura - com a responsabilidade por um complexo arsenal nuclear, e isso os deixava nervosos", explica.

"E o que é pior, meu pai parecia dar razões legítimas para se preocuparem. Eu ficava arrasado quando o via lutar para dar respostas, perdido em suas notas, sem saber que dizer. Parecia cansado e constrangido", acrescenta.

O quadro que Ron pinta de seu pai contrasta largamente com aquele lembrado por quem o acompanhou nessa etapa de sua vida política. O secretário de Educação, Bill Bennett, por exemplo, se apressou em dizer que em todas as vezes que esteve com o presidente, nunca percebeu "nada de preocupante".

As críticas dos médicos também não demorarão a chegar, pois o filho do ex-presidente não hesita em assegurar no livro que o primeiro diagnóstico de Alzheimer foi feito em 1989, em um hospital de San Diego (Califórnia) no qual nem sequer há registros de que Reagan foi atendido.

Com sua palavra divergindo com a de dezenas de profissionais reconhecidos, Ron, que trabalha para a rede de televisão "MSNBC", acendeu um pavio explosivo na base eleitoral de seu pai, que questiona se esta é a melhor maneira de honrar o centenário de um dos presidentes mais memoráveis dos Estados Unidos.

EFE   
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