Amazon aumenta salário mínimo de seus funcionários nos EUA
Medida também vale para o Reino Unido
A gigante do comércio eletrônico Amazon anunciou nesta terça-feira (2) o aumento do salário mínimo para os seus funcionários americanos e britânicos, em resposta às críticas sobre os lucros bilionários e as baixas remunerações. A empresa disse ainda que se empenha em promover no Congresso o aumento do salário mínimo federal, que equivale atualmente a US$ 7,25 por hora.
A partir de 1º de novembro, os funcionários americanos da Amazon, dentre os 250 mil atuais e os 100 mil que assumirão postos para a temporada de festas, receberão US$ 15 por hora, o dobro do valor nacional. Já os trabalhadores ingleses receberão 9,50 libras esterlinas por hora, com um pico de 10,50 esterlinas em Londres.
A iniciativa também responde a críticas contra o CEO da Amazon, considerado o homem mais rico do mundo, Jeff Bezos. O senador democrata Bernie Sanders disse que dará as mãos à Amazon e se colocará disposto a trabalhar para fazer pressão no Congresso e nas outras empresas norte-americanas para que aumentem o salário mínimo.
O senador foi, por meses, uma das vozes mais críticas a Bezos, contra o qual iniciou uma batalha tentando introduzir o projeto de lei BEZOS Act. A medida visava taxar as grandes empresas que têm funcionários obrigados a pedir ajuda pública por não conseguirem chegar ao fim do mês graças aos baixos salários.
A medida também agradou à administração Trump, que nunca economizou ataques contra a Amazon e contra Bezos. "Salários mais altos são fantásticos e sou a favor", declarou o conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, confiante que o aumento não causará pressões inflacionárias. "Escutamos as críticas, refletimos sobre o que queremos e decidimos", afirmou Bezos durante anúncio da mudança. "Estamos contentes e encorajamos os nossos rivais e as outras empresas que empregam um número elevado de funcionários a se unirem a nós", adicionou.
Segundo especialistas, o aumento dos salários pela Amazon entra na nova realidade americana da plena ocupação, que impõe às grandes empresas oferecer salários competitivos a fim de manter os funcionários.
Assim, Amazon sai na vantagem, já que o Walmart anunciou em janeiro deste ano um aumento a US$ 11 por hora, enquanto o Target oferece US$ 12 por hora desde o mês passado.