Ação policial em festa clandestina deixa 13 mortos no Peru
Local do evento, onde havia 120 pessoas, estava contra as regras de isolamento impostas pelo governo do país devido à pandemia; país é o 2º da América Latina em casos e o 3º em mortes
LIMA - Ao menos treze pessoas morreram asfixiadas ou esmagadas após uma ação policial em uma festa clandestina Lima, capital do Peru, na noite de sábado, 22. O evento foi abordado pelas forças policiais por violar as regras de confinamento impostas em todo o país devido à pandemia do novo coronavírus. Outras seis pessoas ficaram feridas, incluindo três policiais.
Durante a operação policial na boate na região de Los Olivos, um distrito de classe média da capital peruana, cerca de 120 jovens tentaram correr para a saída do local e alguns morreram sufocados ou esmagados com o tumulto. A aglomeração os impediu de abrir a pequena porta dos fundos, de acordo com informações da Polícia Nacional do Peru (PNP).
"As pessoas que estavam no segundo andar tinham uma escada que dava direto para a rua. No final da escada havia uma porta de metal que abria para dentro, então nessas circunstâncias as pessoas ficaram nervosas, algumas começaram a sair e a portava fechava. Eles ficaram presos em desespero para sair, assim como o nosso capitão e mais dois policiais", afirmou o comandante geral da PNP general Orlando Velasco Mujica.
A festa, convocada pelas redes sociais, violava a regra que proíbe reuniões de grupos no Peru em decorrência do estado de emergência sanitária. "Diante da intervenção policial, que não utilizou nenhum tipo de arma ou gás lacrimogêneo, os participantes da festa tentaram escapar pela única porta de entrada, atropelando-se e ficando presos entre a porta e uma escada local", disse o Ministério do Interior em uma declaração.
Entre as treze pessoas mortas, estão onze homens e duas mulheres. Três outras ficaram feridas, além de três policiais que tentaram ajudar as pessoas presas. A idade das vítimas varia entre 20 e 30 anos. Ao menos 23 participantes da festa foram detidos na Diretoria de Investigação Criminal de Los Olivos.
A ministra da mulher e das populações vulneráveis, Rosario Sasieta, disse que os proprietários do local são os responsáveis. "Peço a punição máxima para os responsáveis. Estamos falando de homicídio doloso com fins lucrativos. Sócios e proprietários são os principais responsáveis??", afirmou em entrevista à rede de televisão RPP.
O toque de recolher noturno aplica-se em todo o Peru das 22h de sábado às 4h de segunda-feira (hora local), incluindo todo o dia de domingo. O governo proibiu reuniões sociais para conter a disseminação do coronavírus, que já deixou 27.453 mortos e mais de 585 mil casos confirmados desde o primeiro contágio em março no país.
Com 33 milhões de habitantes, o Peru é o terceiro país da América Latina em mortes pela pandemia, depois do Brasil e do México, e o segundo em infecções, atrás apenas do Brasil.