O Ministério Público do México afirmou, nesta terça-feira (27), que os 43 estudantes que desapareceram em setembro "com certeza" foram mortos. A informação, que chega quatro meses após o desaparecimento das vítimas, traz a hipótese de que os alunos teriam sido massacrados por uma quadrilha de narcotraficantes que confundiu os estudantes com uma gangue rival, num crime que chocou o país e provocou reviravolta no governo.
Felipe "el Cepillo" Rodríguez, membro do grupo narcotraficante Guerreros Unidos detido há alguns dias, organizou a execução de 43 jovens por instruções de um líder da organização, concluiu o Ministério Público após a confissão do criminoso.
"As evidências permitem determinar que os estudantes foram privados de liberdade, da vida, queimados e jogados num rio, nessa ordem", disse o procurador-geral, Jesús Murillo Karam, em entrevista coletiva.
Corpos achados em fossas não são de mexicanos desaparecidos:
Rodríguez será acusado formalmente pelo assassinato dos estudantes. A promotoria pedirá uma sentença de 140 anos de prisão.
"Os estudantes foram apontados pelos criminosos como membros do grupo antagônico na região", disse o diretor de investigação da agência criminal do Ministério Público, Tomás Zerón, explicando que o massacre teve a ver com a defesa do território por parte do Guerreros Unidos.
As famílias dos estudantes têm liderado protestos coletivos e acusado o governo de não encontrar os jovens, nem ceder informações sobre as investigações. Algumas famílias acreditam que os estudantes ainda estão vivos e que o Exército poderia tê-los sequestrado.
Os parentes disseram que só reconhecerão que eles estão mortos se receberem os corpos, o que, segundo os promotores, não é possível devido ao grau de calcinação dos restos mortais e porque grande parte foi jogada num rio.
Estudantes da Escola Raúl Isidro Burgos são tidos como desaparecidos.
Foto: Ceteg Acapulco / Facebook
Abel García Hernandez, morador da região de Tecuanapa, em Guerrero.
Foto: proyectoambulante.org
Abelardo Vázquez Peniten, morador de Atliaca, Guerrero.
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Adán Abrajan de la Cruz, vive no bairro de El Fortín, em Tixtla, Guerrero.
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Alexander Mora Venancio, vive na comunidade de El Pericón, em Tecuanapa, Guerrero.
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Antonio Santana Maestro, não há informações a respeito de sua residência.
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Benjamín Ascencio Bautista, não há informações a respeito de sua residência.
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Bernardo Flores Alcaraz, não há informações a respeito de sua residência.
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Carlos Iván Ramírez Villareal, não há informações a respeito de sua residência.
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Carlos Lorenzo Hernández Muñoz, morador da Costa, de Guerrero.
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César Manuel González Hernández, morador de Huamantla, no estado de Tlaxcala.
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Christian Alfonso Rodríguez Telumbre, morador de Tixtla, Guerrero.
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Christian Tomás Colón Garnica, morador de Tlacolula de Matamoros, em Oaxaca.
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Cutberto Ortiz Ramos, não há informações a respeito de sua residência.
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Doriam González Parral, morador de Xalpatláhuac, em Guerrero, tem um irmão na mesma escola e estavam juntos quando desapareceram
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Emiliano Alen Gaspar de la Cruz é um dos 20 alunos do primeiro ano do colégio, não há informações a respeito de sua residência.
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Everardo Rodriguez Bello é morador de Omeapa, em Guerrero.
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Felipe Arnulfo Rosa morava na região do Rancho Papa, no município de Ayutla de los Libres, em Guerrero.
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Giovanni Galindes Guerrero tem 20 anos e não há informações a respeito de sua residência.
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Israel Caballero Sánchez é morador da comunidade indígena de Atliaca, que se localiza na metade do caminho entre Tixtla e Apango, municípios de Guerrero.
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Israel Jacinto Lugardo é morador de Atoyac de Álvarez, em Guerrero.
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Jesús Jovany Rodríguez Tlatempa estudava no primeiro ano do colégio e é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Jhosivani Guerrero de la Cruz, morador de Omeapa, comunidade localizada a 15 minutos da sede do município de Tixtla, em Guerrero.
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Jonás Trujillo González é morador da Costa Grande, na região de Ticuí, município de Atoyac de Álvarez, em Guerrero.
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Jorge Álvarez Nava é morador do município Juan R. Escudero, em Guerrero.
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Jorge Aníbal Cruz Mendoza é morador de Xalpatláhuac, em Guerrero.
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Jorge Antonio Tizapa Legideño é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Jorge Luis González Parral é o irmão mais velho de Doriam e também morava em Xalpatláhuac, em Guerrero.
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José Ángel Campos Cantor tem 33 anos e é, entre todos os desaparecidos, o mais velho. Ele é morador de Tixtla, em Guerrero.
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José Ángel Navarrete González, não há informações a respeito de sua residência.
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José Eduardo Bartolo Tlatempa é morador de Tixtla, em Guerrero.
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José Luis Luna Torres chegou à escola de Ayotzinapa, de Guerrero, diretamente da região de Amilzingo, em Morelos.
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Julio César López Palotzin é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Leonel Castro Abarca, nasceu na comunidade de El Magueyito, em Tecuanapa, em Guerrero.
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Luis Ángel Abarca Carrillo é da região da Costa Chica, localizada em San Antonio, no município de Cuautepec, em Guerrero.
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Luis Ángel Francisco Arzola, não há informações a respeito de sua residência.
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Magdaleno Rubén Lauro Villegas chegou à escola de Ayotzinapa depois de deixar a região de La Montaña.
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Marcial Pablo Baranda é primo de Jorge Luis e Doriam González Parral. Ele fala a língua indígena e nasceu em Xalpatláhuac, em Guerrero.
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Marco Antonio Gómez Molina é morador de Tixtla, em Guerrero.
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Martín Getsemany Sánchez García é o quinto de oito irmãos, morador do município de Zumpango, em Guerrero.
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Mauricio Ortega Valerio faz parte de um povo que se denomina 'Matlalapa o Matlinalapa', localizado na região de La Montaña. Ele se preparava para ser professor bilíngue.
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Miguel Ángel Hernández Martínez tem 27 anos e não há informações a respeito de sua residência.
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Miguel Ángel Mendoza Zacarías faz parte de um povo que se autodenomina Apango. Vive no município de Mártir de Cuilapa, em Guerrero.
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Saúl Bruno García é morador de Tecuanapa, em Guerrero.
Foto: <p>Saúl Bruno García é morador de Tecuanapa, em Guerrero.</p>
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Os alunos, a maioria filhos de camponeses pobres, pertenciam a uma escola rural de magistério no Estado de Guerrero, sul do país. Eles teriam ido na tarde de 26 de setembro à cidade de Iguala para arrecadar fundos para participar de um protesto na Cidade do México, a mais de 300 quilômetros da escola, de acordo com os promotores.
Ao chegar em Iguala e depois de tomar ônibus, eles foram parados pela polícia que entregou o grupo a pistoleiros do Guerreros Unidos seguindo uma ordem do prefeito, José Luis Abarca, que está detido desde outubro com sua mulher acusado pelo crime de desaparecimento forçado.
O caso marcou o pior momento do governo de Enrique Peña Nieto e tornou evidente a extensão da corrupção entre autoridades locais ligadas ao crime organizado.
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