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Argentina demite homem que emprestou arma a promotor

Arma foi encontrada pela polícia na mão direita de Nisman, achado morto em 18 de janeiro em seu apartamento

9 fev 2015 - 16h36
(atualizado às 17h38)
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<p>Lagomarsino (foto), um analista de informática colaborador da promotoria, levou ao apartamento de Nisman a pistola calibre 22</p>
Lagomarsino (foto), um analista de informática colaborador da promotoria, levou ao apartamento de Nisman a pistola calibre 22
Foto: NA

Diego Lagomarsino, o homem que emprestou a arma que matou Alberto Nisman, o promotor argentino que acusou a presidente Cristina Kirchner de tentar acobertar iranianos acusados pelo atentado contra a mutual judaica AMIA, em 1994, foi demitido nesta segunda-feira do cargo de colaborador do Poder Judiciário.

Lagomarsino, um analista de informática colaborador da promotoria, levou ao apartamento de Nisman a pistola calibre 22, supostamente a pedido do próprio promotor, de acordo com o site do ministério da Justiça.

A arma foi encontrada pela polícia na mão direita de Nisman, encontrado morto em 18 de janeiro em seu apartamento.

"O novo promotor (temporário, Alberto Gentili) solicitou a demissão de Lagomarsino, sob a justificativa de que ele não tem trabalhado", declarou à rádio Nacional Rock Luis Viillanueva, porta-voz da Procuradoria Geral.

<p>Nisman morreu poucas horas antes de comparecer ao Congresso para dar detalhes de sua denúncia</p>
Nisman morreu poucas horas antes de comparecer ao Congresso para dar detalhes de sua denúncia
Foto: Marcos Brindicci / Reuters

Nisman morreu poucas horas antes de comparecer ao Congresso para dar detalhes de sua denúncia.

O promotor estava há mais de dez anos à frente de uma unidade especial encarregada de investigar o atentado contra a AMIA, que deixou 85 mortos e 300 feridos.

Segundo a denúncia de Nisman, Kirchner e outros funcionários queriam proteger os iranianos, entre os quais estão ex-presidente Ali Rafsanjani, em troca de petróleo, apesar de o óleo bruto produzido por Teerã não sirva para ser processado na Argentina.

Arma tinha apenas DNA do promotor argentino:

De acordo com o governo, Lagomarsino seria um agente de Antonio 'Jaime' Stiuso, ex-homem forte dos serviços de inteligência do Estado e aponta para sua responsabilidade na misteriosa morte de Nisman.

A promotora que investiga o caso, Viviana Fein, convocou Stiuso, que serviu a vários governos democráticos e durante a ditadura (1976-1983), a depor esta semana.

Já Lagomarsino declarou à Justiça que Nisman pediu a arma por temer um ataque, apesar da proteção policial que recebia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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