O ministro argentino do Interior, Florencio Randazzo, admitiu nesta quinta-feira que o país sofre um "claro" problema de insegurança, em meio à polêmica sobre o aumento da violência, especialmente na provícina de Buenos Aires, onde segundo relatórios oficiais foram registrados 82 delitos por hora.
"Existe um problema de insegurança, está claro. Mas o que temos que fazer é juntar esforços, entendendo que é um problema complexo; não há magia", afirmou nesta quinta-feira Randazzo em declarações a uma rádio local.
O ministro ressaltou que para solucioná-lo é preciso "trabalhar de forma conjunta com políticas de inclusão, com as forças de segurança, a Justiça e o Serviço Penitenciário".
Randazzo reconheceu o aumento das situações violentas no país horas depois que a presidente, Cristina Kirchner, assegurou que, com relação ao assunto, "não há nada novo sob o sol".
"Os fatos delitivos não começaram há dois anos. Os crimes passionais... Parece que agora descobriram os crimes passionais: nada novo sob o sol", sustentou a governante nesta quinta-feira durante a inauguração de duas novas formações de trens, ato no qual esteve acompanhada por Randazzo.
"Em uma coisa tão sensível como esta, não se deve buscar uma janela mesquinha, estúpida, perante a dor do povo", afirmou hoje o ministro do Interior e Transporte, para quem a segurança é uma área na qual se deve trabalhar sem especulações e sem tentar tirar "vantagens partidárias".
A insegurança é uma das principais preocupações da sociedade argentina, especialmente na província de Buenos Aires, onde houve um aumento pela intensificação da violência perante o avanço do narcotráfico em todo o país.
O governador Daniel Scioli iniciou há duas semanas um plano de emergência em segurança pública para frear os delitos violentos, que prevê a reincorporação de policiais aposentados, o aumento de patrulhas na rua e mais equipamentos para as forças de segurança.
GUATEMALA: Apontada como o país que possui o maior número de registro de casos, a Guatemala é, hoje, considerada a 5ª nação mais violenta do mundo, segundo a ONU.
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ARGENTINA: Desde meados de março, os argentinos têm passado por uma onda de linchamentos que divide a opinião da população. Cerca de 30% das pessoas que moram em Buenos Aires apoiam a atitude de "justiceiros".
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BRASIL: Segundo o sociólogo José de Souza Martins, o país passou por um aumento no número de linchamentos depois das manifestações que começaram em junho de 2013. No RJ, um menor acusado de assalto foi preso a um poste e causou polêmica nacional.
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EGITO: O número de casos de linchamentos no país ainda é baixo, no entanto, há temores de que a prática possa aumentar. Afinal, existem partidos islâmicos que defendem a formação de grupos de vigilantes civis, que agiriam ao lado das forças de segurança nacional, condenando sem o consentimento judicial.
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BOLÍVIA: Com o registro de 190 mortes por linchamento no período entre os anos de 2005 e 2013, o país ocupa o segundo lugar no ranking mundial, perdendo apenas para a Guatemala.
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HAITI: Segundo estatísticas da Polícia da ONU (UNPOL), a prática do linchamento é generalizada no Haiti e o número de casos conhecidos aumentou de 90 para 121 entre os anos de 2009 e 2012.
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ISRAEL: No país do Oriente Médio, o número de linchamentos registrado é relativamente pequeno. Geralmente, quando acontece, a justiça com as próprias mãos acontece contra palestinos.
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LÍBANO: A cidade de Ketermaya ficou conhecida mundialmente em 2010 como o palco do episódio em que um egípcio suspeito de homicídio foi linchado e pendurado em um poste. No país, a prática não possui números significativos.
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MÉXICO: Assim como os argentinos eram até o fim do ano passado, os mexicanos não costumam aderir à prática do linchamento. Alguns casos aconteceram, mas são pontuais. Na imagem, uma mulher sobreviveu a um linchamento, após atuação da polícia.
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PERU: Em Ilave, região próxima à Bolívia, a população linchou o prefeito da cidade, Cirilo Fernando Robles Callomamani, em plena praça pública. Sobre o cadáver, deixaram um bilhete que dizia "Assim morrem os corruptos".
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QUÊNIA: No país africano, a prática de linchamentos é comum e já deixou diversos mortos. Em 2008, pelo menos 11 pessoas foram linchadas sob a acusação de bruxaria, a maioria delas eram mulheres e idosas.