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Argentinos votam em primárias cruciais para eleições legislativas

Pesquisas indicaram que os argentinos têm pouco interesse na eleição e inclusive indiferença em relação aos candidatos

11 ago 2013 - 12h31
(atualizado às 12h58)
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Os colégios eleitorais argentinos abriram as portas para as primárias neste domingo
Os colégios eleitorais argentinos abriram as portas para as primárias neste domingo
Foto: EFE

Os argentinos elegiam neste domingo os candidatos das eleições legislativas de outubro, em primárias obrigatórias nas quais o governismo mede forças com a oposição e que podem apontar a tendência das próximas eleições, que marcam a metade do segundo mandato da presidente Cristina Kirchner.

O resultado definirá as forças políticas que gravitarão no último período do governo de Kirchner, cujo segundo mandato vence em 2015 sem possibilidade de reeleição, segundo a Constituição.

Os grupos devem alcançar um mínimo de 1,5% dos votos para poder participar das eleições parlamentares, que irão ocorrer em dois meses.

As primárias abertas, impostas por lei em 2009, são celebradas pela segunda vez na Argentina, mas, embora tenham sido criadas para eleger candidatos, nesta ocasião a maioria das forças políticas apresenta candidatos únicos.

Seu resultado também servirá para medir a tendência de apoio aos partidos diante das legislativas de 27 de outubro, quando serão renovadas a metade da Câmara de Deputados de 257 assentos e um terço do Senado de 72 integrantes, ambos dominados pelo governismo.

Cerca de 30,5 milhões de argentinos habilitados para votar, sobre uma população de 40 milhões, exerciam seu direito desde as 08h00 locais (mesmo horário de Brasília), quando foram abertos os centros de votação, que fecharão às 18h00 locais nos 24 distritos do país. Os primeiros resultados devem ser divulgados a partir das 21h00 locais.

Estas eleições também representam a estreia do chamado voto jovem, com a incorporação de 600.000 pessoas de 16 a 18 anos cuja participação, no entanto, é opcional, de acordo com a lei.

Como em outras ocasiões, o principal cenário político será a província de Buenos Aires, bastião do peronismo com 37,3% do total de convocados às urnas e 35 assentos de deputados em jogo.

Ali o governista Frente para a Vitória, partido de Kirchner, apresenta o prefeito do populoso distrito de Lomas de Zamora (periferia sul), Martín Insaurrualde, como seu candidato.

Seu principal opositor, que lidera as pesquisas nesta província chave, é Sergio Massa, da Frente Renovadora, prefeito de Tigre (periferia norte) e ex-chefe de gabinete de Kirchner (2008-2009), que se apresenta por fora do peronismo governante.

Segundo diversas pesquisas, Massa tem 32,8% das intenções de voto, mas Insaurralde o segue de perto com 30,1%. Os outros três principais distritos eleitorais são as províncias de Córdoba, Santa Fé e a Capital Federal, todos governados por opositores a Kirchner, que em seu conjunto concentram 25,4% dos eleitores.

Na capital federal, o partido do prefeito Mauricio Macri (direita), um dos presidenciáveis para 2015, está à frente de seus opositores, segundo pesquisas, mas optou por apoiar Massa em Buenos Aires, o principal distrito do país.

A presidente votará em Río Gallegos, na província de Santa Cruz (sul), e depois viajará a Buenos Aires para aguardar o resultado. As pesquisas antecipam que o governo acumulará cerca de 30% dos votos em todo o país.

"O governismo tentará impor sua interpretação de que é a força política mais votada", avaliou Rosendo Fraga, da consultora Nova Maioria, mas "os opositores argumentarão que dois em cada três votos foram para a oposição", disse.

Pesquisas indicaram que os argentinos têm pouco interesse na eleição e inclusive indiferença em relação aos candidatos.

Cerca de 90.000 integrantes das forças de segurança provinciais e federais participam da operação eleitoral.

Na Argentina, a divulgação de pesquisas de intenção de voto e de mensagens de propaganda está proibida, assim como pesquisas de boca de urna.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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