Artista Tania Bruguera e ativistas são libertados em Cuba
A artista plástica Tania Bruguera foi libertada nesta sexta-feira após ser detida novamente no dia anterior
A artista plástica Tania Bruguera foi libertada nesta sexta-feira após ser detida novamente no dia anterior, assim como vários opositores e ativistas presos nos últimos três dias em Havana, segundo informaram familiares e a imprensa alternativa.
"Tania está muito bem. Está dormindo porque retornou para casa muito cansada", disse sua mãe, Argélia Fernández, em uma breve conversa por telefone com a Agência EFE.
Fernández contou ainda que sua filha informou que os ativistas que estavam detidos em delegacias de Havana desde 30 de dezembro, quando foi organizada uma "ação artística" convocada por Bruguera na Praça da Revolução, foram libertados.
A página "Yo También Exijo", no Facebook, e a blogueira Yoani Sánchez em sua conta no Twitter também confirmaram a libertação de Bruguera nesta sexta-feira.
"Tania não quis sair até que todos os detidos por causa da performance artística fossem libertados. Permaneceu presa na Estação Policial de Acosta y Diez de Octubre", comunicou uma nota divulgada pela página no Facebook.
"Bruguera já está no apartamento de sua família em El Vedado, vai descansar imediatamente e estar com sua mãe. Por enquanto não fará declarações adicionais e agradece o imenso apoio e carinho recebido. Segundo fontes da família, está esgotada psicologicamente", acrescentou a nota.
Além disso, o texto afirmou que Bruguera "ainda não recebeu de volta o passaporte" e que "seu caso será analisado por um promotor nos próximos dias".
A artista de 46 anos, que morou nos Estados Unidos e Europa nos últimos anos, foi detida novamente nesta quinta-feira ao comparecer a uma dependência policial para reivindicar a libertação de várias pessoas que permaneciam presas há três dias.
Na terça-feira, Bruguera foi presa pela primeira vez e liberada um dia depois, após ser acusada de "resistência e incitação à desordem pública" pela "performance" promovida na Praça da Revolução, em Havana, ato que não chegou a ser realizado.
A controversa "ação artística", que consistia em uma "tribuna pública" para que os cidadãos expressassem livremente suas ideias, com o gancho do restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, foi considerada pelas autoridades culturais da ilha como "oportunista" e uma "provocação política".
De acordo com estimativas da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), liderada por Elizardo Sánchez, cerca de 80 pessoas foram detidas nos últimos dias por envolvimento na iniciativa.