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Ativistas pedem que governo uruguaio não atrase legalização da maconha

8 mai 2013 - 15h28
(atualizado às 16h03)
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As organizações favoráveis ao cultivo e consumo de maconha no Uruguai pediram nesta quarta-feira às autoridades do país que resolvam "rapidamente" a aprovação do projeto de lei que permitiria a plantação da droga e sua distribuição, regulada através do Estado.

Por causa do Dia Mundial da Maconha, nesta tarde uma manifestação, na qual participarão setores políticos do partido governista Frente Ampla e do opositor Partido Colorado, percorrerá o centro de Montevidéu para pedir, entre outras reivindicações, a descriminalização do cultivo doméstico da cannabis.

O projeto de lei avaliado pelo Parlamento uruguaio foi proposto há quase um ano pelo governo do presidente José Mujica e autoriza o Estado a assumir "o controle e a regulação de atividades de importação, exportação, plantação, cultivo, colheita, produção, aquisição, armazenamento, comercialização e distribuição de cannabis e seus derivados".

No entanto, Mujica, como principal impulsor da iniciativa, pediu no final do ano passado que os legisladores de seu partido freassem sua tramitação porque a sociedade uruguaia ainda "não está madura" para dar um passo assim, o que gerou dúvidas sobre o futuro da proposta.

Martín Collazo, porta-voz da associação uruguaia Proderechos, uma das participantes da passeata de hoje e que engloba diferentes organizações sociais, declarou à Agência Efe que, apesar do movimento "estar otimista sobre a aprovação do projeto de lei", é necessário que esta "se resolva rapidamente".

Collazo também denunciou que na atualidade o uso de maconha no país é legal, "mas para comprar a substância os consumidores estão obrigados a contribuir com o narcotráfico ou a plantar e ser penalizados".

O debate sobre a regularização da venda e distribuição da maconha suscita polêmica e divisões dentro e fora do Uruguai.

Mujica se referiu ao tema ontem em sua participação na "Rádio Uruguai" para insistir na "necessidade de começar por dividir o mercado de venda de drogas, separando a maconha, não legalizando, mas regulando certo nível de venda que permita identificar os viciados e, eventualmente, tratá-los".

Também se expressou sobre o narcotráfico, segundo sua opinião "pior que a toxicomania", e relatou que no Uruguai "apareceram coisas que antes não existiam", como "o acerto de contas" e ressaltou que "nas contas do tráfico de drogas, quando não se paga, se recebe chumbo".

Por outra parte, o deputado do opositor Partido Nacional, Gerardo Amarilla, manifestou mediante um comunicado que "a campanha da maioria do governo" de controlar a produção e venda da droga "deixou pelo caminho as expectativas de gerar uma política de Estado com consenso social para inverter o rumo deste flagelo".

EFE   
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