Bachelet é alvo de "bomba" de tinta em ato de campanha no Chile
A candidata à Presidência do Chile, Michelle Bachelet, foi atacada nesta segunda-feira com uma "bomba" de tinta enquanto lia um discurso durante campanha na zona da Araucanía, situada a cerca de 600 quilômetros ao sul de Santiago.
Felizmente, o artefato de tinta não atingiu a candidata - favorita nas pesquisas para vencer as eleições -, pois atravessou o palanque de ponta a ponta e acertou um veículo. Segundo a polícia, o ataque foi realizado pela família do jovem mapuche Matías Catrileo, assassinado por um policial em 2008.
Os manifestantes mapuches responsabilizam à ex-presidente pela morte do ativista mapuche que ocorreu durante o seu mandato (2006-2010). Matías Catrileo era um estudante universitário de etnia mapuche que foi atingido com um tiro nas costas no dia 3 de janeiro de 2008, em um confronto com o Grupo de Operações Policiais Especiais (GOPE) da polícia chilena, enquanto participava de uma ocupação em uma fazenda.
Catrileo tinha 22 anos e cursava Agronomia na Universidade da Fronteira, na cidade de Temuco. O autor do disparo, o cabo Walter Ramírez foi condenado em 2011 a três anos de prisão sob liberdade condicional e a polícia permitiu que ele continuasse na instituição, mas foi dispensado da corporação no dia 18 de janeiro.
Bachelet, favorita para ganhar as eleições chilenas do próximo domingo, nas quais também serão renovados a Câmara dos Deputados e parte do Senado, não quis comentar o incidente desta segunda-feira.
As pesquisas mais confiáveis, como as divulgadas trimestralmente pelo Centro de Estudos Públicos (CEP) e a realizada pelo instituto Opina Research para o jornal "El Mercurio", mostram que Bachelet não vai precisar do segundo turno, no dia 15 de dezembro, para voltar à Presidência do Chile.