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Bolívia acusa EUA de orquestrarem pouso forçado do avião de Morales

3 jul 2013 - 01h10
(atualizado às 02h37)
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"Parece uma atitude condenável, um ato discriminatório contra a Bolívia e o presidente Evo Morales", disse o ministro da Defesa boliviano, Rubén Saavedra
"Parece uma atitude condenável, um ato discriminatório contra a Bolívia e o presidente Evo Morales", disse o ministro da Defesa boliviano, Rubén Saavedra
Foto: EFE

O ministro da Defesa da Bolívia, Rubén Saavedra, acusou nesta terça-feira os Estados Unidos de estarem por trás da aterrissagem forçada em Viena do avião oficial do presidente, Evo Morales.

"Isto foi orquestrado, arranjado pelo Departamento de Estado americano, que, utilizando alguns países europeus, provocou esta situação, com a suspeita que no avião presidencial estivesse o senhor Snowden", disse Saavedra em Viena.

Por outro lado, Saavedra confirmou que a Itália negou ao avião boliviano o sobrevoo de seu espaço aéreo, enquanto a Espanha deu seu sinal verde e a França revogou sua proibição inicial.

O responsável de Defesa se referia aos rumores que o ex-técnico da CIA, Edward Snowden, que se encontra na área de trânsito do aeroporto de Moscou há nove dias, estivesse a bordo do avião oficial do presidente da Bolívia, algo que tanto Morales como o próprio Saavedra desmentiram categoricamente.

"O que queremos é denunciar a atitude abusiva, prepotente e discriminatória das autoridades do governo da França, especialmente, e também de Portugal, que não permitiram que o avião presidencial do Estado boliviano pudesse cumprir seu itinerário", declarou Saavedra.

"Parece uma atitude condenável, um ato discriminatório contra a Bolívia e o presidente Evo Morales", acrescentou o ministro. "Rejeitamos isso categoricamente, nunca esteve, nunca passou por nossas cabeças, nunca pensamos em realizar esse tipo de ação. Nós somos muito respeitosos com as normas do direito internacional", destacou Saavedra sobre a possibilidade de levar Snowden no avião presidencial.

Em uma posterior entrevista coletiva no aeroporto de Viena, Saavedra disse que a Bolívia "vai recorrer nos organismos internacionais para que os governos que romperam com as normas de direito de passagem aérea" prestem explicações.

Desta forma, a Bolívia deseja que os países "que pretendem estabelecer um estigma contra os governos progressistas, como o de Evo Morales, tenham que dar satisfações para o mundo pelas mentiras neste caso". Além disso, denunciou que foram violadas leis internacionais de imunidade dos chefes de Estado, ao mesmo tempo em que se colocou "em alto risco a vida do presidente da Bolívia".

Saavedra explicou que a delegação presidencial boliviana vai esperar "pacientemente" e disse que se trata de um "complô" dos Estados Unidos, que utilizou alguns governos europeus para divulgar "mentiras".

Essas mentiras teriam o objetivo de "prejudicar a liderança e a imagem do presidente Evo Morales", afirmou. "Os que estamos vendo é uma atitude de soberba e de humilhação por parte do governo dos Estados Unidos", concluiu.

Governo da Bolívia denuncia: "Evo Morales foi sequestrado na Europa"

O vice-presidente boliviano e presidente interino, Álvaro García Linera, afirmou que "não pode haver impunidade com esta tentativa de colonialismo" e que Morales "não é nenhum delinquente".

"Não vamos aceitar chantagens nem nenhum tipo de condicionamento", disse Linera em referência a "alguns países" que teriam condicionado a passagem do avião presidencial a uma revista.

O vice-presidente insistiu que "este obstáculo na viagem de Evo foi instruída pelo governo dos Estados Unidos, que teme um camponês, um indígena, um homem honesto que defende a soberania de nossa pátria". "É uma afronta a todos os bolivianos", disse o presidente interino.

O governo da Bolívia convocou "os povos e governos progressistas da América Latina a se manifestarem" porque a "América Latina está sendo pisoteada".

EFE   
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