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Bolívia: morte de bebê de 8 meses após estupro gera revolta

Caso ocorreu em orfanato público de La Paz; ao menos 10 funcionários são investigados

15 nov 2014 - 16h27
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A morte de um bebê de oito meses, por causa de graves lesões provocadas pelo estupro que sofreu em um orfanato, provocou a revolta dos bolivianos, que neste sábado exigiam justiça e punições rígidas para os culpados.

Pelo menos dez funcionários vinculados ao orfanato público, a cargo do governo de La paz, eram investigados neste sábado pela justiça, depois que o boletim de medicina legal concluiu que "a causa da morte (do bebê) foi hemorragia interna (provocada) por penetração".

Com a justiça boliviana sob críticas pela lentidão de suas sentenças, a ministra da Justiça, Sandra Gutiérrez, alertou: "Não vamos tolerar, neste tipo de situação, a demora da Justiça e que os juízes queiram se corromper".

"Eu penso que temos que unir forças para que se puna com a pena máxima o autor" do crime, ainda não identificado, havia declarado pouco antes a ministra da Transparência, Nardi Suxo, que qualificou o ato de "aberrante".

O bebê, filho de pais alcoólatras indigentes, foi acolhido no orfanato público em julho passado, junto com a irmã de 3 anos, que agora está sob custódia das autoridades estatais, especializadas na proteção da infância.

Meios de comunicação locais têm recebido, desde a sexta-feira, manifestações de revolta da população, que tem pedido a pena de morte para estupradores ou sua castração química, sanções que não são contempladas na legislação boliviana.

"As normas já estão dadas, são 30 anos de prisão sem direito a indulto. A questão é que os agentes da justiça possam aplicar a lei com todo o seu rigor", esclareceu Suxo.

Na Bolívia, a pena máxima de 30 anos de prisão sem direito a indulto é aplicada a crimes gravíssimos ou contra a pátria.

Em setembro de 2013, o caso do estupro de uma menina de sete meses, que precisou ser submetida a uma reconstrução anal e vaginal, também motivou pedidos da população por sanções mais duras contra os estupradores.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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