Três homens foram linchados até a morte por moradores do departamento de La Paz, na Bolívia, que os acusavam de ser ladrões de gado, informou nesta segunda-feira a imprensa local.
Os fatos aconteceram na sexta-feira passada no cantão de Topoco, dentro da província de Pacajes, onde seis homens foram surpreendidos levando gado que não lhes pertencia, e, após serem perseguidos, três deles foram retidos e linchados por moradores dessa região, segundo a rádio Erbol.
Uma vez mortos, os três supostos ladrões foram queimados, de acordo com a rádio, que acrescenta que o incidente já está sendo investigado pela Força Especial de Luta contra o Crime (FELCC).
Os linchamentos de supostos delinquentes na Bolívia ocorrem com frequência e, segundo advertiram os juristas, mostram que no país rege uma pena de morte de fato aplicada por multidões.
Os agressores sempre argumentam que aplicam a chamada justiça comunitária, reconhecida na Constituição promulgada em 2009, mas que não estabelece nem ampara a pena de morte nem os castigos físicos.
Tanto as autoridades bolivianas como organismos internacionais, entre eles a ONU, já mostraram sua preocupação com estes atos que a polícia não consegue frear, já que muitos deles acontecem em áreas rurais nas quais quase não há agentes que possam enfrentar as multidões furiosas.
Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, na Bolívia ocorrem entre 10 e 20 casos de linchamentos consumados cada ano e um número ainda maior de tentativas.
GUATEMALA: Apontada como o país que possui o maior número de registro de casos, a Guatemala é, hoje, considerada a 5ª nação mais violenta do mundo, segundo a ONU.
Foto: AFP
ARGENTINA: Desde meados de março, os argentinos têm passado por uma onda de linchamentos que divide a opinião da população. Cerca de 30% das pessoas que moram em Buenos Aires apoiam a atitude de "justiceiros".
Foto: Reprodução Twitter
BRASIL: Segundo o sociólogo José de Souza Martins, o país passou por um aumento no número de linchamentos depois das manifestações que começaram em junho de 2013. No RJ, um menor acusado de assalto foi preso a um poste e causou polêmica nacional.
Foto: Reprodução Facebook
EGITO: O número de casos de linchamentos no país ainda é baixo, no entanto, há temores de que a prática possa aumentar. Afinal, existem partidos islâmicos que defendem a formação de grupos de vigilantes civis, que agiriam ao lado das forças de segurança nacional, condenando sem o consentimento judicial.
Foto: AFP
BOLÍVIA: Com o registro de 190 mortes por linchamento no período entre os anos de 2005 e 2013, o país ocupa o segundo lugar no ranking mundial, perdendo apenas para a Guatemala.
Foto: AFP
HAITI: Segundo estatísticas da Polícia da ONU (UNPOL), a prática do linchamento é generalizada no Haiti e o número de casos conhecidos aumentou de 90 para 121 entre os anos de 2009 e 2012.
Foto: AFP
ISRAEL: No país do Oriente Médio, o número de linchamentos registrado é relativamente pequeno. Geralmente, quando acontece, a justiça com as próprias mãos acontece contra palestinos.
Foto: AFP
LÍBANO: A cidade de Ketermaya ficou conhecida mundialmente em 2010 como o palco do episódio em que um egípcio suspeito de homicídio foi linchado e pendurado em um poste. No país, a prática não possui números significativos.
Foto: AFP
MÉXICO: Assim como os argentinos eram até o fim do ano passado, os mexicanos não costumam aderir à prática do linchamento. Alguns casos aconteceram, mas são pontuais. Na imagem, uma mulher sobreviveu a um linchamento, após atuação da polícia.
Foto: AFP
PERU: Em Ilave, região próxima à Bolívia, a população linchou o prefeito da cidade, Cirilo Fernando Robles Callomamani, em plena praça pública. Sobre o cadáver, deixaram um bilhete que dizia "Assim morrem os corruptos".
Foto: AFP
QUÊNIA: No país africano, a prática de linchamentos é comum e já deixou diversos mortos. Em 2008, pelo menos 11 pessoas foram linchadas sob a acusação de bruxaria, a maioria delas eram mulheres e idosas.