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Briga com a polícia frustra passeata opositora na Venezuela

12 abr 2014 - 20h05
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Neste sábado, um desentendimento entre jovens e policiais colocou fim a uma tentativa de passeata rumo a uma zona populosa do centro de Caracas convocada por opositores venezuelanos contrários ao diálogo entre a aliança opositora e o governo de Nicolás Maduro.

Com gás lacrimogêneo e algumas detenções, a Guarda Nacional (GNB, Polícia Militar) e a Polícia Bolivariana, cujos agentes receberam algumas pedradas, dispersaram a manifestação e conseguiram que os protestantes recuassem rumo ao leste da capital.

"Este é o diálogo do Sr Maduro: repressão brutal contra jovens indefesos que pacificamente marcham para recuperar seu futuro", escreveu no Twitter a ativista e ex-deputada María Corina Machado, que disse que a manifestação foi organizada por universitários.

"Estudantes foram detidos", declarou María aos jornalistas, coincidindo com as declarações de Gaby Arellano, coordenadora da Frente Universitária de Vontade Popular, partido do líder opositor Leopoldo López.

López está preso em uma prisão militar próxima a Caracas desde 18 de fevereiro, acusado de instigar a violência no início dos protestos antigovernamentais, em 12 de fevereiro.

Há dois meses do início das manifestações, Arellano disse que a manifestação de hoje tinha sido prevista e que a polícia impediu que fora montada na Praça Venezuela, fronteira entre o leste e o centro de Caracas.

"Quanto mais nos atacarem, quanto mais nos persiguirem, estaremos com maior veemência nas ruas (...); ratificamos que nosso terreno é a rua, nossa estratégia é a não violência e nosso objetivo uma melhor Venezuela", declarou Arellano aos jornalistas.

Antonio Ledezma, prefeito Metropolitano de Caracas, que junto a Machado se destaca entre os opositores que rejeitam a decisão da aliança Mesa da Unidade Democrática (MUD) de dialogar com o governo para pôr fim aos protestos, também denunciou a detenção "arbitrária" de um número não preciso de jovens. "Como se pode falar de diálogo quando se impede o protesto pacífico, se reprime uma manifestação pacífica e se criminaliza a dissidência", declarou Ledezma.

Apesar das críticas rumo à MUD dirigida por estes dirigentes, Ramón Guillermo Aveledo, secretário-executivo da aliança opositora escreveu no Twitter que "a repressão é um ato de força, não de fortaleza" do governo.

"Por que não podem se manifestar na Praça Venezuela? Repúdio ao abuso", acrescentou Aveledo.

"A maioria do país quer diálogo, mas para que seja real depende fundamentalmente do governo, uma farsa agravaria a crise", disse o líder opositor Henrique Capriles.

EFE   
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