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Caminhão danifica parte das milenares linhas de Nazca, no Peru

Um motorista saiu da estrada que atravessa a reserva natural, no último sábado, e entrou na área dos conhecidos geoglifos (desenhos na terra), considerados Patrimônio Mundial da Humanidade.

1 fev 2018 - 14h17
(atualizado às 14h31)
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O caminhão causou danos a três das figuras milenárias.
O caminhão causou danos a três das figuras milenárias.
Foto: EPA / BBC News Brasil

Algumas das milenares linhas de Nazca, no sul do Peru, foram danificadas por um caminhão no último sábado.

O motorista do veículo saiu da estrada que atravessa a reserva natural onde estão as linhas e entrou na área onde ficam os conhecidos geoglifos (desenhos de larga escala na terra), criados há quase 2 mil anos e considerados Patrimônio Mundial da Humanidade. As imagens vão desde traços geométricos até figuras complexas como aranhas, baleias e até macacos.

Como resultado, três figuras foram danificadas. Segundo o Ministério da Cultura do Peru, que fez uma inspeção no local, a passagem do caminhão criou "faixas profundas" em uma área aproximada de 50 metros de largura por 100 metros de comprimento.

Depois de danificar as linhas de Nazca, o motorista do caminhão voltou para a estrada e continuou seu caminho. Ele não sabia que outra pessoa, que também viajava pelo local, estava gravando tudo com o celular. O vídeo foi publicado nas redes sociais.

Vídeo viral

Pouco depois, o vídeo se tornou viral, a indignação se generalizou e as autoridades peruanas iniciaram uma operação para capturar o motorista. Ele foi localizado cerca de três horas depois, perto da cidade de Nazca.

O suposto responsável, identificado como Jainer Vigo, alegou que entrou na área devido a problemas com as rodas do caminhão e disse que não sabia que se tratava de um local protegido.

Em seguida, Vigo foi liberado. As autoridades peruanas pediram que ele fique 9 meses em prisão preventiva.

O trajeto da estrada Panamericana, que atravessa o sítio arqueológico, tem diversas sinalizações advertindo os motoristas sobre a importância do local por onde estão passando. E, por mais que as espetaculares figuras geométricas e de animais só possam ser totalmente observadas a partir do céu, muitos trechos podem ser avistados a partir da estrada.

"Acidentes frequentes"

Não é a primeira vez que este sítio arqueológico, um dos mais misteriosos da América Latina, sofre danos desse tipo.

Os danos deixados pelo caminhão também são visíveis pelo céu.
Os danos deixados pelo caminhão também são visíveis pelo céu.
Foto: EPA / BBC News Brasil

Episódios como esse "ocorrem cotidianamente", de acordo com o responsável pela conservação das linhas de Nazca, Jhony Isla. "A diferença é que desta vez havia uma testemunha no local, que gravou e colocou o vídeo nas redes sociais. Mas essa é uma situação que ocorre constantemente. Também há pessoas que deixam lixo no local", declarou Isla para a emissora Radio Programas del Perú.

Entre os casos mais conhecidos de danos nas linhas de Nazca, está o protagonizado pelo Greenpeace em 2014. Os ativistas invadiram a área do famoso colibri para colocar banners reivindicando a proteção ambiental, em protesto durante a realização de uma conferência da ONU sobre o clima, que ocorria em Lima.

Un ano depois, outra pessoa invadiu a área e escreveu seu nome em um dos geoglifos.

Até hoje, o significado das linhas é desconhecido. Alguns pesquisadores consideram que se trata se um calendário. Outros alegam que era um observatório astronômico. Já os mais ousados afirmam que as linhas eram formas de comunicação com extraterrestres.

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