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Candidatos à presidência da Colômbia sobem o tom por votos

11 jun 2014 - 00h15
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Os candidatos à presidência da Colômbia, Juan Manuel Santos e Óscar Iván Zuluaga, subiram nesta terça-feira o tom de seu discurso, com fortes recriminações e ataques diretos, no afã de conseguir votos para o segundo turno de domingo.

Santos e Zuluaga participaram hoje em um debate da emissora de rádio La F.M., no qual voltaram a discutir, mais que a propor, sobre paz, economia, educação e segurança, mas com uma veemência que já tinham começado a mostrar ontem à noite em outro tête-à-tête promovido pelo jornal El Tiempo, La W Radio e Citytv.

No encontro de hoje foram expostos novamente os escândalos que caracterizaram o primeiro turno, de espionagem no caso de Zuluaga, e de suposto financiamento ilegal da campanha presidencial de Santos em 2010, o que deu pé a acusações mútuas de falsidade.

O presidente-candidato aproveitou a ocasião para pedir a seu rival que não equiparasse o escândalo causado por seus vínculos com o hacker Andrés Sepúlveda, detido pelo Ministério Público e acusado de tentar sabotar o processo de paz, com as denúncias contra sua campanha anterior.

"Não tente equiparar (o episódio do financiamento ilegal) com uma situação na qual o senhor pessoalmente está envolvido", disse seu rival.

Santos, com um problema na garganta, escolheu bem as palavras para qualificar como "delito" o fato de que Zuluaga, do movimento uribista Centro Democrático, ficou impassível enquanto Sepúlveda falava de infiltrações nas negociações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em Havana.

Em um cruzamento de palavras que por momentos tornava ininteligível o que se diziam, Zuluaga reprovava Santos por falar "como um fiscal ou como um juiz".

Tentando superar a situação, Zuluaga alegou que sua campanha contratou a empresa de segurança informática e gestão de redes sociais de Sepúlveda quando não havia denúncias contra ela e com a confiança que antes tinha trabalhado para o governo de Santos.

Segundo o candidato do Centro Democrático, nesta situação foi "vítima de uma atuação ilegal que correspondeu a uma montagem" para prejudicar sua candidatura.

Zuluaga questionou que as investigações da procuradoria no escândalo de espionagem sejam rápidas, em contraste com a lentidão que esse organismo mostra no caso do suposto ingresso de dinheiro de procedência duvidosa na campanha eleitoral de Santos em 2010.

A campanha eleitoral em praça pública se encerrou no domingo passado, razão pela qual os dois candidatos desfilaram nestes dias por diversos meios de comunicação para divulgar sua mensagem ao eleitorado no meio da incerteza que deixaram as enquetes sobre intenções de voto.

Contra toda previsão, Zuluaga ganhou o primeiro turno, no dia 25 de maio, e as últimas pesquisas, divulgadas na semana passada, o mostram como favorito do eleitorado para ganhar no próximo domingo, enquanto outras indicam uma vitória de Santos, da coalizão Unión Nacional.

Em plena batalha verbal, a campanha foi sacudida hoje pelo anúncio conjunto do governo e do Exército de Libertação Nacional (ELN), a segunda maior guerrilha do país, que desde janeiro passado estão em conversas exploratórias para uma negociação de paz similar à que acontece com as Farc em Cuba.

Nas fileiras de Zuluaga o anúncio a poucos dias do segundo turno foi interpretado como uma estratégia eleitoral do atual presidente para inclinar a balança a seu favor nas urnas no domingo.

A oposição se expressou por meio da ex-candidata presidencial do Partido Conservador, Marta Lucía Ramírez, chefe de debate de Zuluaga.

"Tudo é utilizado calculando o tempo para anunciar antes da eleição presidencial e é preciso dizer isso aos colombianos. Que não podemos cair na manipulação, a paz não tem sobrenome Santos, a paz é propriedade de todos os colombianos", declarou Ramírez em comunicado.

EFE   
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