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Capriles e governadores da oposição se reúnem com Unasul

8 abr 2014 - 03h27
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Os chanceleres da União das Nações Sul-americanas (Unasul), que fazem uma segunda visita à Venezuela para tentar contribuir no diálogo entre governo e oposição, se reuniram nesta segunda-feira com o ex-candidato presidencial Henrique Capriles e os governadores contrários ao presidente Nicolás Maduro.

Ao término da reunião, Capriles, governador do Estado de Miranda, informou aos jornalistas que a coalizão de oposição Mesa de la Unidad Democrática (mesa da unidade democrática, MUD) foi "extremamente clara em todas as abordagens" para o diálogo. "Há milhares de venezuelanos que sofrem em nosso país e qualquer diálogo tem que estar baseado nisso, nas pessoas que foram torturadas, nos estudantes que foram detidos, nos presos políticos", disse.

A MUD afirmou anteriormente, em uma carta entregue aos chanceleres, que está disposta "a um diálogo verdadeiro, com uma agenda clara, em igualdade de condições e cujo primeiro encontro seja com transmissão ao vivo em rede nacional de rádio e televisão".

Além disso, reivindica que uma terceira parte, "de boa fé nacional ou internacional que garanta, facilite e, caso seja necessário, intervenha" no diálogo, mencionado a possibilidade de que seja "o Vaticano".

Também reivindicam "uma comissão da verdade independente" e uma "lei de anistia" para aqueles que consideram como presos políticos, assim como o desarmamento dos "coletivos" chavistas a quem associam com grupos paramilitares.

A MUD entregou a carta depois que o presidente Nicolás Maduro anunciou hoje sua decisão de aceitar a proposta da Unasul de se sentar com a oposição para um diálogo que vem sendo proposto há semanas.

O também governador da oposição, Henry Falcón, do Estado de Lara, disse que "amanhã (terça-feira) acontecerão reuniões da própria MUD para estudar a possibilidade de que haja um encontro preparatório e para decidir sobre um possível diálogo com o governo". "Existem algumas condições que foram colocadas pela MUD e de acordo com isso serão tomadas as decisões", disse Falcón aos jornalistas, que também falou na reunião junto com Capriles e o governador do Amazonas, Liborio Guarulla.

Falcón opinou que ainda há "tempo para reverter a situação de conflito na Venezuela"."Não é somente a oposição quem tem que pleitear o diálogo em termos reais, efetivos", disse, ao garantir que quem deve "dar as melhores demonstrações de diálogo é o governo, baixar o tom de seu discurso, agir de acordo com a Constituição e as leis, revisar cada um dos casos das pessoas que foram detidas", disse.

O presidente Maduro se reuniu nesta segunda-feira cedo com os chanceleres do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo; da Argentina, Héctor Timerman; Bolívia, David Choquehuanca; Colômbia, María Ángela Holguín; Chile, Heraldo Muñoz; Equador, Ricardo Patiño; Uruguai, Luis Almagro, e Suriname, Winston Lackin.

A Venezuela vive uma onda de protestos desde o dia 12 de fevereiro, que, em alguns casos, desembocaram em incidentes violentos com um balanço de 39 mortos e centenas de feridos.

EFE   
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