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Casa Branca diz ser possível futura visita de Obama a Cuba

John Kerry também afirmou que espera ser o primeiro Secretário a visitar o país após 60 anos

17 dez 2014 - 19h44
(atualizado em 18/12/2014 às 07h48)
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<p>Obama e Raul Castro discursaram ontem sobre a retomada de relações diplomáticas entre países</p>
Obama e Raul Castro discursaram ontem sobre a retomada de relações diplomáticas entre países
Foto: BBC

A Casa Branca não descartou nesta quarta-feira que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visite Cuba durante os dois anos que lhe restam de mandato, após o anúncio do início de um diálogo bilateral para restabelecer as relações diplomáticas entre os países.

"Se houver uma oportunidade para o presidente de visitar (a ilha), tenho certeza que não recusaria", declarou o porta-voz de Obama, Josh Earnest, em sua entrevista coletiva diária.

"Certamente não descartaria uma visita presidencial", acrescentou Earnest ao esclarecer, no entanto, que não há nenhuma viagem programada por enquanto.

Por sua parte, John Kerry disse querer ser o primeiro-secretário de Estado americano a visitar Cuba em 60 anos.

Kerry antecipou em comunicado que em janeiro, a secretária de Estado adjunta para a América Latina, Roberta Jacobson, liderará uma viagem de funcionários americanos a Cuba para a próxima rodada de diálogo migratório, a primeira missão de alto nível a Cuba.

"Espero poder ser o primeiro-secretário de Estado em 60 anos a visitar Cuba", afirmou o chefe da diplomacia americana.

Obama anunciou hoje na Casa Branca o início de um novo capítulo nas relações com Cuba por acreditar que a política de isolamento "fracassou durante décadas", e pediu um debate "honesto" no Congresso de seu país sobre o fim do embargo econômico imposto à ilha em 1961.

Em seu discurso, que durou 15 minutos e foi transmitido pela televisão, Obama anunciou o início de um processo para normalizar as relações diplomáticas entre os países, quebradas desde 1961, que contempla a abertura de embaixadas em Washington e Havana nos próximos meses.

A "rígida política" que marcou as relações bilaterais "tem suas raízes em eventos que ocorreram antes que a maioria de nós tivéssemos nascido", argumentou Obama.

"O isolamento não funcionou", acrescentou o presidente, para quem "é momento de um novo enfoque" sobre Cuba.

Nesta terça-feira, Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, falaram por telefone para fechar o acordo anunciado hoje e essa conversa, que durou aproximadamente uma hora, foi a primeira entre os líderes de ambos países em mais de meio século.

Segundo altos funcionários do governo, que falaram sob anonimato em uma conferência telefônica com jornalistas, as conversas secretas entre delegações dos EUA e Cuba para explorar a normalização das relações começaram há mais de um ano e a maioria das reuniões aconteceu no Canadá.

O Vaticano também facilitou os contatos, recebendo as delegações dos dois países, e o papa Francisco envolveu-se pessoalmente nas negociações com o envio de cartas a Obama e a Raúl Castro, nas quais defendia a libertação do americano Alan Gross e dos três espiões cubanos que ainda cumpriam pena nos EUA.

Por sua parte, o ex-presidente cubano Fidel Castro "não participou das discussões" de forma direta, mas autorizou as negociações, de acordo com as fontes americanas.

EFE   
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