Chile: contra a homofobia, presos terão que ver filmes gays
Projeto propõe avançar em políticas contra a discriminação e levar mostras de cinema sobre a diversidade sexual aos presos
A Gendarmaria do Chile (guarda prisional) e o Movimento de Libertação Homossexual (Movilh) assinarão amanhã um convênio inédito que contempla, entre diversos pontos, levar às penitenciárias do país filmes relacionados às minorias sexuais a fim de erradicar a homofobia e a transfobia.
O acordo será assinado pelo diretor de Gendarmaria, Juan Letelier Araneda, e o diretor da área de Direitos Humanos do Movilh, Rolando Jiménez, na Prisão Santiago 1, segundo um comunicado divulgado nesta quinta-feira. Imediatamente após a assinatura do acordo, será exibido em um telão um curta-metragem espanhol sobre a diversidade sexual.
O compromisso, resultado de vários anos de conversas com Movilh, permitirá, além disso, efetuar capacitações e cursos sobre diversidade sexual aos guardas e aos internos e promover concursos literários dentro da mesma temática.
Além disso, o projeto propõe avançar em políticas contra a discriminação e levar mostras de cinema sobre a diversidade sexual aos presos, medidas nunca antes adotadas em outros países.
"Nas prisões são comuns os abusos por razão da orientação sexual ou identidade de gênero entre os presos e as formas de expressão são brutais. Este é um setor de maior ou dupla vulnerabilidade que precisa de intervenção urgente e isso será feito a partir de amanhã", afirmou Jiménez.
A iniciativa, que é respaldada pelas embaixadas do Reino Unido e da União Europeia, se inscreve na comemoração dos 45 anos do surgimento das marchas do Orgulho Gay no mundo.