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Colômbia: candidatos fazem debate em torno das Farc

23 mai 2014 - 00h54
(atualizado às 01h02)
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Óscar Zuluaga faz anotações enquanto escuta o presidente Juan Manuel Santos durante debate
Óscar Zuluaga faz anotações enquanto escuta o presidente Juan Manuel Santos durante debate
Foto: AP

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e seu principal adversário nas eleições do próximo domingo, Óscar Zuluaga, fizeram um debate "quente" nesta quinta-feira na TV, cujo tema principal foi o acordo de paz com a guerrilha das Farc.

"A paz não pode depender, como quer este governo, apenas de se defender às Farc (...). Queremos a paz, mas uma paz que respeite a justiça, não uma paz baseada na impunidade", disse Zuluaga, que exigiu um cessar-fogo da guerrilha como condição básica para as tratativas.

Santos reagiu afirmando que a paz será obtida com "prudência e responsabilidade" e que todos os acordos com a guerrilha serão submetidos a referendo.

Em um dos momentos mais tensos do debate, Zuluaga se exaltou quando foi chamado por Santos de fantoche do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010). "Eu sou Óscar Ívan Zuluaga e tenho minha própria identidade, eu exijo respeito, presidente".

"Calma" - respondeu Santos - "o senhor está aprendendo com seu chefe a ser uma pessoa exaltada". Santos foi ministro da Defesa de Uribe, mas rompeu com o ex-presidente após ser acusado de traição por negociar a paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Zuluaga e Santos também discordaram sobre as relações de Bogotá com o governo venezuelano de Nicolás Maduro. "A Venezuela não é uma democracia (...), não vou ter um silêncio cúmplice com a Venezuela", disse Zuluaga.

Santos respondeu que durante o governo de Uribe a Colômbia ficou "à beira da guerra com Venezuela e Equador", e que hoje as relações com os dois países melhorou muito graças a "uma diplomacia com prudência e firmeza".

Além de Santos e Zuluaga, disputarão as eleições do próximo domingo o independente Enrique Peñalosa, a conservadora Marta Lucía Ramírez e a esquerdista Clara López.

Segundo as pesquisas, nenhum dos candidatos receberá mais de 50% dos votos neste domingo, e haverá segundo turno no dia 15 de junho.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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