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Colômbia cria comissão da verdade para crimes das Farc

Forças Armadas Revolucionárias reconheceram que deixaram vítimas e deram início, nesta segunda-feira, e um período de trégua; é a segunda vez, em 50 anos, que o cessar fogo acontece

9 jun 2014 - 17h44
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Imagem de arquivo mostra o chefe da guerrilha, Rodrigo Londoño
Foto: Reuters

Pela primeira vez em 50 anos de conflito armado contra o Estado colombiano, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) reconheceram que deixaram vítimas no país. Em seguida, o grupo que negocia o processo de paz entre a guerrilha e o governo anunciou a criação de uma comissão da verdade, para esclarecer os crimes cometidos pelos dois lados.

Em pronunciamento conjunto, no qual informam a conclusão de uma fase de negociação, as Farc e o governo destacaram dez princípios que irão guiar a discussão sobre as vítimas. Além disso, o tema terá a participação direta de representantes de vítimas. O processo é conduzido de maneira reservada e a ausência da sociedade civil era uma queixa freqüente.

"Estes princípios não têm antecedentes na Colômbia, e em nenhum outro processo de paz feito no mundo", afirmou o negociador-chefe do governo, Humberto de la Calle. A partir de agora haverá subcomissões para abordar o tema das vítimas, para o esclarecimento do conflito armado, e também para acelerar o processo de "revisão e garantia de que os acordos alcançados sejam cumpridos em um eventual acordo final".

A guerrilha deu início, nesta segunda-feira, a um cessar-fogo unilateral com vigência até o dia 30 de junho. A trégua é para colaborar com o segundo turno das eleições presidenciais no país, marcado para o próximo domingo (15).

O comunicado, assinado pelo chefe da guerrilha, Rodrigo Londoño, o Timochenko, diz que “todas a unidades estão cientes da suspensão das ações ofensivas contra as forças inimigas [Estado colombiano] e contra a infraestrutura estatal durante o período fixado”.

A iniciativa é considerada um “gesto de boa vontade”, e é a segunda vez, em 50 anos, que uma trégua eleitoral é adotada. No primeiro turno das eleições, em 25 de maio, as Farc e o Exército da Libertação Nacional (ELN), promoveram um cessar-fogo conjunto.

No comunicado, as Farc reiteram o desejo de terminar o conflito. “Por obra da paz, a Colômbia pode ser um país extraordinário, vale a pena considerar esta possibilidade”, afirma a declaração.

Para o segundo turno, as Farc não anunciaram apoio formal ao presidente Juan Manuel Santos, candidato à reeleição contra o opositor Óscar Zuluaga, do Centro Democrático. A guerrilha negocia com Santos o fim do conflito armado, em um adiantado processo de negociação. As pesquisas de intenção de voto indicam empate técnico entre os candidatos.

Com informações da Agência Brasil e da AFP.

Fonte: Terra
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