Colômbia: Santos e Zuluaga encerram campanha à presidência
O presidente Juan Manuel Santos e o opositor Óscar Iván Zuluaga encerraram neste domingo a campanha para o segundo turno da eleição que apontará, no dia 15 de junho, o futuro líder da Colômbia.
Com comícios em diversos pontos do país, os dois candidatos apostaram suas últimas fichas antes de uma eleição que pode ser decidida por uma margem mínima de votos.
Das cinco pesquisas divulgadas nos últimos dias, três dão a vitória a Santos, e duas apontam Zuluaga como ganhador.
Zuluaga, um economista de direita de 55 anos apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, venceu o primeiro turno com 29,3% dos votos, contra 25,7% para Santos, 62 anos.
O debate eleitoral, marcado por acusações mútuas e salpicado de escândalos de espionagem e corrupção, foi centrado no diálogo de paz que Santos promove com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
"Agora estamos dedicados a informar aos colombianos que com a paz faremos mais", disse Santos em entrevista publicada neste domingo pelo jornal El Tiempo.
Após percorrer Bogotá e Boyacá (centro) durante a manhã, Santos encerrou sua campanha com uma visita a Antioquia (noroeste), bastião de Uribe.
Zuluaga, que critica certas "concessões" de Santos no processo de paz, disse em um comício em Tunja (centro) que as Farc devem cessar "toda sua ação criminosa" e utilizar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas para indenizar suas vítimas.
Em entrevista ao El Tiempo, Zuluaga negou estar comprometido com os pontos já acertados entre governo e guerrilha no processo de paz, que se desenvolve em Havana, e afirmou que reexaminará tudo se for eleito. "O que vou fazer se ganhar em 15 de junho? Vou revisar os textos com todos os detalhes para ver se realmente avançamos."
Zuluaga afirmou ainda que dará um prazo às Farc para que avaliem suas exigências. "Se após um mês decidirem que não querem assumir estes compromissos, teremos que tomar nossas decisões."
Apesar de a negociação de paz dominar a campanha, as pesquisas revelam que a população está mais preocupada com o desemprego, a criminalidade, o sistema de saúde e o ensino, em um país onde mais de 30% dos 47 milhões de habitantes são pobres.