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Começa julgamento por rapto de criança na ditadura argentina

Pablo Gaona Miranda é filho de dois desaparecidos durante o regime militar e foi sequestrado quando tinha apenas um mês de vida

11 ago 2014 - 17h00
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O julgamento pela apropriação ilegal de Pablo Gaona Miranda, cujos pais foram sequestrados durante a ditadura argentina (1976-1983), começou nesta segunda-feira em Buenos Aires, informaram fontes judiciais.

O julgamento acontece em um tribunal federal da capital, integrado pelos juízes Adriana Palliotti, Oscar Alberto Hergott e Ángel Gabriel Nardiello.

Os réus do processo são Salvador Norberto Girbone e Haydeé Raquel Ali Ahmed, acusados de terem se apropriado de Gaona e o registrado como filho biológico.

Também é acusado o ex-militar Héctor Girbone, primo de Salvador, que é apontado como o responsável de ter entregado o menino ao casal.

Na primeira audiência, Pablo, sua avó paterna, Justa Paiva, e seus tios paternos, Oscar, Gilberto e Rigoberto Gaona prestaram depoimento.

O julgamento continuará amanhã, terça-feira, com o depoimento de María Laura Rodríguez, da área de Apresentação Espontânea das Avós da Praça de Maio, que entrevistou o jovem quando este procurou a organização com dúvidas sobre sua identidade.

Também prestarão depoimento amanhã Mariana Sulkes, da Comissão Nacional pelo Direito à Identidade (Conadi) e peritos do Banco Nacional de Dados Genéticos da Argentina.

As outras audiências acontecerão nos dias 19, 25 e 26 de agosto, momento em que serão ditadas as palavras finais e o veredicto, conforme está previsto pelo tribunal.

Pablo é filho de María Rosa Miranda e Ricardo Gaona Paiva, dois desaparecidos durante a última ditadura militar na Argentina e que foi sequestrado quando tinha apenas um mês de vida.

Com dúvidas sobre sua identidade, procurou as Avós da Praça de Maio e, devido aos indícios de que era filho de desaparecidos, foi levado pela Conadi para fazer exames no Banco Nacional de Dados Genéticos.

Em agosto de 2012, o resultado do exame de DNA revelou sua verdadeira identidade e Pablo pode finalmente se reencontrar com sua família biológica.

EFE   
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