EUA: comitê aprova fim de proibição de viagens a Cuba
Proposta também tira proibição de navios que aportaram em Cuba atracarem em portos americanos por seis meses
Um comitê do Senado dos Estados Unidos aprovou, nesta quinta-feira (23), uma emenda para suspender totalmente as restrições de viagens a Cuba, iniciativa que chegou ao Capitólio menos de uma semana depois de os países retomarem suas relações diplomáticas.
O Comitê de Apropriações do Senado, controlado pela oposição republicana, aprovou por 18 votos a favor e 12 contra o fim dos bloqueios que ainda impedem os americanos e residentes legais de viajar para a ilha caribenha, assim como as transações bancárias relacionadas a essas viagens.Na votação, quatro senadores republicanos se uniram a 14 democratas para aprovar a medida, que agora será votada no plenário do Senado. A iniciativa também inclui o fim da proibição que impede qualquer embarcação que tenha levado mercadorias a Cuba de tocar nos portos americanos nos seis meses seguintes.
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Esta é a primeira medida apresentada no Congresso americano de apoio à política do presidente Barack Obama de restabelecer as relações diplomáticas com Cuba, formalizada na segunda-feira com a abertura da embaixada de Cuba em Washington após 54 anos de ruptura.
A Administração Obama anunciou em janeiro uma série de medidas que flexibilizaram as restrições de viagens a Cuba, principalmente para facilitar as empresas de telecomunicações e financeiras a fazerem negócios na ilha.
Mas é o Congresso que deve votar o fim destas restrições dentro da lei que regulamenta o embargo econômico a Cuba, e Obama já pediu aos legisladores que votem pela normalização de relações.
Quando o texto aprovado hoje no Comitê, a Lei de Liberdade para Viajar para Cuba, foi apresentado em janeiro no Congresso, a Casa Branca expressou satisfação pela iniciativa, que ia ao encontro da histórica retomada das relações diplomáticas anunciada um mês antes.
O texto legislativo foi incentivado pelos senadores republicanos Jeff Flake, Jerry Moran, Michael Enzi e John Boozman, e pelos democratas Patrick Leahy, Richard Durbin, Tom Udall e Sheldon Whitehouse.
A estratégia, promovida principalmente por Flake e Leahy, dois dos senadores mais conscienciosos com a abertura com Cuba, consiste em legislar ponto por ponto o levantamento do embargo, cientes de que o sucesso de uma legislação integral seria muito mais complexo de alcançar.
Moran declarou após a aprovação da iniciativa legal que ela representa para os americanos a liberdade de viajar para todos os países do mundo, mas que também aumenta as "probabilidades" do povo cubano conseguir mais liberdade, graças ao contato com os americanos.