Comitê do Senado dos EUA aprova sanções à Venezuela
O Comitê das Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira uma resolução que rejeita "a repressão violenta das manifestações pacíficas na Venezuela" e pede ao presidente Barack Obama impor sanções ao governo de Nicolás Maduro.
A citada resolução, aprovada por unanimidade pelos membros do Comitê durante uma sessão privada, será encaminhada ao plenário do Senado, informou, em comunicado, o senador republicano Marco Rubio. Posteriormente, o escritório do democrata Bob Ménendez, que preside o comitê, também confirmou essa informação.
A resolução, apresentada no final de fevereiro por Rubio, Menéndez e pelo senador democrata Dick Durbin, "pede ao presidente (Obama) impor imediatamente sanções específicas".
Concretamente, a resolução pede medidas como "a proibição de vistos e o congelamento de ativos" contra "indivíduos que tenham planejado, facilitado ou perpetrado violações graves de direitos humanos contra os manifestantes pacíficos, os jornalistas e outros membros da sociedade civil na Venezuela".
O texto também "deplora o uso de força excessiva e ilegal contra os manifestantes" e o "inescusável uso de violência e acusações criminais politicamente motivados para intimidar à oposição", pedindo ao governo da Venezuela "desmantelar" os grupos armados conhecidos como "coletivos".
Além disso, os senadores solicitam ao governo venezuelano que permita "uma investigação imparcial a cargo de um terceiro sobre a "violência ilegal e excessiva cometida contra as manifestações pacíficas em múltiplas ocasiões" desde fevereiro.
Por último, a resolução aprovada hoje pede ao presidente dos EUA "trabalhar com outros países no continente para encorajar de forma ativa um processo de diálogo entre o governo da Venezuela e a oposição política, através dos bons ofícios da Organização dos Estados Americanos (OEA), para que as vozes de todos os venezuelanos possam ser levadas em consideração".
Antes de a resolução ser aprovada, Rubio assegurou que, apesar da crise ucraniana ter desviado o foco da crise na Venezuela, o problema em Caracas é "sério" e que os manifestantes levam em consideração as declarações vindas dos EUA.
"O fato dos Estados Unidos e do Senado americano ter reconhecido o que está ocorrendo na Venezuela e ter se pronunciado, como fizemos aqui hoje, importa para esta gente (os manifestantes). Eles se sentem inspirados e percebem que não só não foram esquecidos, mas que nos importamos e que estamos ao seu lado", ressaltou Rubio.
Na última semana, a presidente do Comitê Nacional Democrata, Debbie Wasserman Schultz, revelou que o governo dos EUA está considerando impor sanções a alguns funcionários venezuelanos, principalmente aqueles considerados culpados pela repressão dos protestos nesse país "e que têm contas bancárias e viajam aos EUA".