Costa Rica nega intromissão na Nicarágua e confirma reunião
A Costa Rica negou nesta sexta-feira ter violado o espaço aéreo da Nicarágua, como denunciou nesta quinta-feira o país, e confirmou a realização de uma reunião técnica em abril.
O chanceler costarriquenho, René Castro, indicou em comunicado que o protesto divulgado pela imprensa da Nicarágua "não tem nenhum cabimento".
O Ministério das Relações Exteriores nicaraguense expressou na quinta-feira que as "reiteradas violações" de seu espaço aéreo "foram reconhecidas através de declarações dos mais altos funcionários costarriquenhos", e "comprovadas" pela Nicarágua.
Segundo a nota de protesto, as transgressões ocorreram em território nicaraguense nos setores de Harbour Head, Punta Castilla e o delta do rio San Juan.
Castro criticou o fato de a nota ter sido divulgada à imprensa antes de ser entregue ao seu país pelos canais diplomáticos oficiais e acrescentou que "qualquer ação que a Costa Rica tenha feito no território, faz em conformidade com o que é disposto pela Corte Internacional de Justiça (CIJ)".
"É falso que Costa Rica tenha se introduzido na área identificada pela corte, ou que tenha violado o espaço aéreo nicaraguense, e está informando isso à Nicarágua", afirmou o chanceler.
Sobre a reunião que será realizada em abril, a Chancelaria indicou que "a Nicarágua respondeu hoje à nota remetida pela Costa Rica em 18 de março em que propunha uma primeira reunião entre funcionários para atender as ordens da CIJ".
Segundo Castro, trata-se de uma reunião "técnica, essencialmente em nível policial, para programar o trabalho contra o crime organizado", como foi determinado pela CIJ na resolução de 8 de março, relacionada com o litígio da fronteira entre os países.
No encontro, participarão representantes do México e da Guatemala, que tentam facilitar o diálogo entre os países desde que entraram em conflito pela soberania de uma região fronteiriça no Caribe, em novembro passado.
Para Castro, a aceitação da reunião por parte da Nicarágua representa "um passo para a normalização" (das relações bilaterais), mas disse que será necessário "um tempo" para que seja restabelecida a confiança.