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Cristina Kirchner é denunciada por encobrir Irã em atentado

A presidente teria ordenado que as autoridades abandonassem a investigação de ataque terrorista cometido em Buenos Aires, em 1994, além de ter tentado "livrar os iranianos de todas as suspeitas"

14 jan 2015 - 16h11
(atualizado às 18h10)
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<p>A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acena ao deixar o Palácio do Itamaraty, em Brasília, em julho de 2014</p>
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acena ao deixar o Palácio do Itamaraty, em Brasília, em julho de 2014
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O promotor federal Alberto Nisman denunciou nesta quarta-feira a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pela suposta negociação de um "acordo de impunidade" com o Irã para encobrir os acusados do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que causou 85 mortes em 1994.

O titular da Unidade Especial de Investigação do Atentado à Amia também incluiu na denúncia o ministro de Relações Exteriores do país, Héctor Timerman. Além disso, solicitou um embargo preventivo de 200 milhões de pesos (cerca de R$ 60 milhões) em bens, informou a promotoria através de comunicado.

Em um processo com cerca de 300 páginas, Cristina foi acusada pelos crimes de "encobrimento agravado, descumprimento do dever de funcionário público e impedimento de um ato funcional".

Segundo o comunicado, a promotoria conseguiu reunir evidências sobre as manobras do governo argentino para "apagar o Irã do caso Amia" através de escutas telefônicas.

Cristina teria ordenado que as autoridades abandonassem a investigação do atentado terrorista, além de ter tentado "livrar os iranianos de todas as suspeitas", conforme a denúncia.

"Decidiu-se fabricar a inocência do Irã", disse Nisman no documento.

De acordo com o promotor, as negociações com o Irã começaram em 2011, quando a presidente decidiu se aproximar do país para "restabelecer relações comerciais plenas" com o objetivo de "superar a crise energética argentina mediante uma troca de petróleo por grãos". Cristina, inclusive, teria oferecido a venda de armas para os iranianos.

Outros envolvidos no caso e denunciados pela promotoria são o deputado Andrés Larroque, os militantes Luis D'Elia e Fernando Esteche, também membro da secretaria de Inteligência da presidência da Argentina, o ex-promotor federal e ex-juiz Héctor Yrimia, e o agente comunitário iraniano Jorge Yussuf Khalil.

O ataque contra a Amia, ocorrido no dia 18 de julho de 1994, deixou 85 mortos e 300 feridos. Dois anos antes, uma bomba explodiu em frente à embaixada de Israel em Buenos Aires, matando 29 pessoas.

A comunidade judaica atribuiu os atentados ao Irã. O Hezbollah foi acusado de planejar e executar ambos os ataques.

EFE   
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