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Cristina Kirchner mede forças com oposição em primárias na Argentina

Pleito para definir candidatos para as eleições legislativas de outubro acontece neste domingo

9 ago 2013 - 19h10
(atualizado às 20h15)
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<p>Ex-chefe de gabinete de Cristina Kirchner surge como ameaça na província de Buenos Aires</p>
Ex-chefe de gabinete de Cristina Kirchner surge como ameaça na província de Buenos Aires
Foto: AFP

A presidente argentina, Cristina Kirchner, medirá forças no domingo com a oposição, em primárias abertas para definir candidatos para as legislativas de outubro, em uma disputa na qual seu ex-chefe de gabinete, agora opositor, surge como uma ameaça na estratégica província de Buenos Aires.

O resultados das eleições de domingo são definidos na província de Buenos Aires, principal distrito com 37,3% dos eleitores, enquanto os outros três distritos-chave (as províncias de Córdoba e Santa Fe e a capital argentina) reúnem, no total, 25,5%.

Martín Insaurralde, candidato de Kirchner e prefeito do populoso distrito de Lomas de Zamora (periferia sul), foi reduzindo a distância nas pesquisas para o também peronista, mas dissidente, Sergio Massa, que governa a turística localidade de Tigre (periferia norte).

Massa permanece à frente, com 32,8% das intenções de voto, embora Insaurralde esteja logo atrás, com 30,1%, de acordo com a última pesquisa da consultoria Poliarquía divulgada nesta sexta-feira, enquanto em uma pesquisa de 28 de julho, o primeiro somava 33,7% e o segundo, 22,8%.

O prefeito de Tigre, que foi chefe de Gabinete entre 2008 e 2009 durante o primeiro mandato de Cristina Kirchner, foi endurecendo o seu discurso para reunir em torno de si uma oposição atomizada.

"Massa endureceu a sua campanha. A estratégia de Massa é polarizar o voto opositor com o argumento de que ele 'é o único que pode derrotar o governo'", ressaltou o analista Rosendo Fraga, da consultoria Nueva Mayoría.

Já o analista Jorge Giacobbe acredita que Massa mantém sua vantagem, baseado na última sondagem de sua consultoria apresentada no dia 4 de agosto, que mostra o opositor com 9,5 pontos (39,3%) à frente de Insaurralde (29,8%).

"Não acreditamos na teoria da aproximação ou da paridade. Nunca houve essa teórica situação de paridade. Não há um consultor que diga que no domingo o governo vai ganhar. O importante é ver de quanto perde", declarou Giacobbe.

As primárias simultâneas e obrigatórias são um mecanismo de eleição de candidatos de todos os partidos em um só dia que entrou em prática pela primeira vez nas eleições presidenciais de 2011.

Essas eleições são consideradas um termômetro que antecipa tendências para o pleito de 27 de outubro, quando serão renovados a metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado na metade do segundo mandato de Kirchner. Giacobbe prevê "uma derrota muito grande do governo nos principais distritos".

O sociólogo Ricardo Rouvier, da consultoria Rouvier e Associados, considera, no entanto, que "as primárias vão confirmar que a (governista) Frente para a Vitória é a principal força política nacional" com uma média de 35% em todo o país, superior aos 31% dos votos que obteve na eleição parlamentar de 2009, quando perdeu a maioria no Congresso.

O partido do prefeito de Buenos Aires Mauricio Macri(direita), um dos presidenciáveis para 2015, mantém a liderança nas pesquisas na capital, onde votam 8,3% dos 30 milhões de argentinos, mas decidiu apoiar Massa no principal distrito.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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